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Dia de hoje na história

22/08/1922: morre Michael Collins, líder do Levante de Páscoa

No dia de hoje, celebra-se 98 anos da morte de Michael Collins, uma das mais importantes lideranças na luta do nacionalismo irlandês e um dos líderes do Levante da Páscoa

Michael Collins (em irlandês Mícheál Ó Coileáin) era um dos líderes do movimento nacionalista irlandês que se desenvolveu no começo do sec. XX. Ele nasceu no dia 12 de outubro de 1890 em Sam’s Cross, no condado de Cork, na Irlanda. Sua família era de origem nobre, porém havia sido desapossada pelo imperialismo inglês, tendo sido relegada ao status de simples camponeses. No entanto, haviam obtido um relativo sucesso material com sua granja e tiveram condições razoáveis de vida se comparados com o resto da população irlandesa.

A Irlanda é um país que esteve por muito tempo submetida a um domínio feroz do imperialismo britânico. A classe operária irlandesa é que foi responsável pelo desenvolvimento da revolução industrial na Inglaterra. Apesar de ser um país atrasado, possui um importante desenvolvimento cultural, com escritores de grande renome como Oscar Wilde, James Joyce, William Yates e muitos outros, considerados como os escritores mais importantes da língua inglesa, apesar de possuírem um idioma próprio em seu país, o irlandês.

O movimento nacionalista irlandês é um dos mais importantes da história, tendo gerado diversos grupos combativos importantes, sendo o mais famoso o Exército Republicano Irlandês, conhecido pela sigla em inglês “IRA”. 

Michael Collins começou sua vida política se filiando à Irmandade da República Irlandesa (IRB) quando viveu em Londres, no começo do sec. XX. Graças à sua participação no Levante de Páscoa, torna-se posteriormente o líder de um partido nacionalista chamado Sinn Féin. Em 1918, foi eleito parlamentar irlandês na Câmara dos Comuns em Londres, mas assumiu mandato no Parlamento Irlandês, em Dublin, assim como os outros membros de seu partido.

Em 1919, ano em que começou a Guerra pela Independência da Irlanda, foi eleito Diretor de Inteligência do IRA. Daí para frente, acumulou diversas tarefas e conquistas, foi Ministro das Finanças bem sucedido, conseguindo angariar fundos para a luta pela independência irlandesa inclusive da República Russa, em meio à sua própria guerra civil. Também criou um Esquadrão Assassino chamado “The Squad”, cuja função era assassinar oficiais e agentes britânicos.

Foi muito importante na elaboração do chamado Tratado Anglo-Irlandês, que eventualmente dividiu as forças nacionalistas da Irlanda, devido a uma série de concessões que foram dadas ao Império Britânico nesse acordo, mas que, no entanto, gerou a República Livre Irlandesa, tendo acabado com os mais de 700 anos de domínio britânico sobre a Ilha.

Sua morte se deu em 1922 durante uma guerra civil que se dava entre as forças republicanas pró-tratado e anti-tratado. Ele estava do lado dos pró-tratado, por ter sido um de seus organizadores e morreu no vilarejo de Béal na mBláth, em meio a um tiroteio entre as duas diferentes facções.

O Levante da Páscoa

Michael Collins ganhou fama devido à sua importante participação no chamado “Levante da Páscoa”, ocorrido em 1916. Ele recebeu esse nome por ter sido organizado para ocorrer no domingo (23) de páscoa, porém ocorreu com um dia de atraso, na segunda-feira (24 de abril). O Levante foi organizado por um grupo de nacionalistas irlandeses que pretendia se aproveitar da fraqueza dos britânicos devido à 1ª Guerra Mundial para tentar proclamar a sua República. No entanto, foi uma derrota militar para os irlandeses, que foram esmagados pelas forças policiais de um dos mais importantes países imperialistas do mundo. Apesar desta derrota, foi um acontecimento fundamental para o subsequente desenvolvimento da luta pela independência da Irlanda, que culminou em 1918 com a proclamação da independência irlandesa.

O levante se desenvolve ao longo de quase uma semana, entre os dias 24 e 29 de abril. Foram cerca de 1.200 revolucionários irlandeses, usando armamento obsoleto da Guerra Franco-Prussiana, que se enfrentaram com o exército inglês.

Naquele momento, havia uma divisão no movimento revolucionário, uma ala mais moderada, queria aceitar a cooperação com os ingleses, sobre a base de um acordo oferecido pelo Império britânico para que a Irlanda tivesse seu autogoverno, caso aceitasse mandar soldados seus para a Guerra Mundial. O outro setor não acreditava nesse acordo e não queria nenhuma cooperação com os ingleses, foram eles que organizaram esse levante armado.

A principal cidade em que se desenvolve o movimento era Dublin, onde os insurgentes estavam em maior número. Naquele momento, conseguem ocupar diversos prédios públicos, tendo elegido a Central dos Correios, como seu quartel-general. No entanto, não conseguem ocupar o prédio do governo britânico no local, que estava cercado.

Em um primeiro momento, os ingleses não conseguem segurar o movimento, porém, por conta da incapacidade da Alemanha em enviar armas e tropas para auxiliar no levante (tratado que havia sido feito previamente e que havia sido aceito, pois o imperialismo alemão se encontrava em guerra com o inglês naquele momento), os irlandeses não foram capazes de fechar os acessos marítimos para impedir o desembarque de novas tropas inglesas.

Finalmente, ao longo da semana em que durou o embate, os ingleses conseguem trazer novas tropas e esmagar o levante, posteriormente fuzilando as suas lideranças. Michael Collins foi poupado nesse momento e enviado ao campo de internamento de Frongosh no País de Gales. Por conta da violência empregada pelos ingleses no esmagamento da insurgência, o povo irlandês finalmente rompe totalmente com os britânicos, o que possibilita politicamente a sua independência posterior, transformando uma derrota militar em vitória política.

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