Ministro do exterior, interior e da Defesa do governo Salvador Allende, Orlando Letelier foi assassinado no dia 21/09 de 1976, a mando da DINA, a polícia secreta chilena, durante o governo fascista de Pinochet.
Letelier era uma figura chave durante o período Allende. Pessoa de confiança, foi designado a ser o porta voz do Chile no exterior, na tentativa de reduzir os impactos causados pelos banqueiros e o restante do bloco imperialista ao governo eleito.
Porém, após o golpe de estado apoiado pelos Estados Unidos em 1973, foi perseguido e capturado, posto em diferentes campos de concentração onde lá sofreu as mais diversas torturas. Com isso fora levado a prisão na ilha de Dawson, depois ao campo de concentração de Ritoque, até que a pressão internacional fosse tão forte que obrigasse a tira-lo do Chile, passando a morar nos Estados Unidos. Lá manteve uma persistente luta contra a ditadura de Pinochet, o que o levou a ter sua cidadania revogada em 1976 e ser assassinado.
No dia 21 de setembro, Letelier ao ir de carro para seu trabalho, junto a Ruddi Moffitt e seu marido, foi vitima de um atentado, no qual seu carro sofreu uma forte explosão, sendo arremessado em cima de outro carro estacionado.
Após o atentado, Orlando Letelier foi levado ao hospital, porém não resistiu. O mesmo aconteceu com Ronni Moffitt.
Os mentores do crime foram anistiados por Pinochet posteriormente. Como também, tendo recebido a luz verde da CIA, este assassinato serviu como importante avanço do golpe chileno, pois Letelier era uma das principais figuras de oposição ao regime no exterior, sendo peça essencial para a organização externa de uma luta contra a consolidação da ditadura fascista no Chile, tanto por seus contatos quanto por sua influência e representação perante a população chilena.
Chama também a atenção no caso Letelier, os efeitos da Operação Condor, da qual é famosa por assassinatos, torturas e gigantesca perseguição. Esta operação serviu como uma grande rede de caça aos comunistas por toda América Latina, sendo organizada pelos Estados Unidos em cooperação com as ditaduras fascistas que se proliferavam por todo continente.
Dentre a série de brutais acontecimentos promovidos pela operação fascista, o assassinato de Leteliler é um dos mais marcantes, devido ao momento crucial em que se deu e pelo alto grau de importância política da vítima.
O apoio dos EUA foi fundamental em todo este processo, pois, Pinochet era nada mais que um fantoche terrorista do imperialismo, perseguindo e assassinando os opositores ao golpe e a ditadura fascista. Dessa forma, o imperialismo pôde controlar de forma direta e implacável toda a América Latina, não deixando brechas de fuga, criando uma perseguição sistêmica a esquerda e a população.