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Dia de hoje na História

20/05/1896: morre a compositora e pianista Clara Schumann

Clara Schumann foi uma importante compositora e uma das mais famosas pianistas do século XIX, mas ficou marcada na história apenas como esposa do compositor Robert Schumann.

Clara Schumann foi aclamada em sua época como uma das melhores pianistas do mundo. Seus concertos eram sempre lotados e ovacionados pelo publico e pela critica. Foi também uma das poucas mulheres compositoras de prestígio num mundo então dominado por figuras masculinas. Mas sua fama vem principalmente do fato de ter sido a esposa do grande compositor Robert Schumann. Enquanto ser pianista era ainda uma atividade aceitável para as mulheres do século XIX, o seu trabalho de compositora foi largamente esquecido.

Clara Josephine Wieck nasceu em Leipzig, na então Confederação Alemã, em 13 de setembro de 1819. Foi a filha de um pianista profissional e professor, Friedrich Wieck e Mariane Tromlitz, uma cantora famosa.

Clara foi uma criança prodígio. Começou a estudar música aos quatro anos de idade quando teve aulas de piano com a mãe. Os pais de Clara se separaram em 1825 quando ela tinha seis anos, ficando sob a guarda de Friedrich. O pai deu aulas a Clara de piano, violino, teoria, canto, harmonia, composição e contraponto. Sua educação musical acabou se sobressaindo, prejudicando uma educação geral melhor, mas ainda assim teve aulas de religião e de outras línguas. Ela se lamentou desse fato em várias ocasiões no futuro.

Ela praticava o piano por duas horas ao dia e fez sua primeira apresentação pública em 1928 no teatro Gewandhaus, em Leipzig, com apenas nove anos de idade. Em uma outra apresentação no mesmo ano ela conheceu outro jovem pianista que estava na platéia, Robert Schumann. Schumann ficou tão impressionado com a apresentação de Clara que pediu aos pais permissão para deixar os estudos em direito, que nunca o interessaram muito, para dedicar à música, tornando-se aluno de música do pai de Clara.

Casamento com Robert Schumann

Para fazer essas aulas a família de Robert alugou um quarto na casa da família Wieck em outubro de 1830 onde ele permaneceu por um ano. A intenção de Robert de se tornar um pianista concertista se desfaz após desenvolver um problema na mão. Daí em diante ele deixa a casa e resolve se dedicar à composição.

Nos anos seguintes Robert e Clara começam um romance e o professor Friedrich Wieck fica horrorizado com a perspectiva de ter como genro o jovem Robert, que tacha de beberrão e perdido e se coloca contra o relacionamento. Para conseguirem se casar o casal leva a briga para a justiça. Após uma longa batalha de anos Robert se casa com Clara em 12 de setembro de 1840. Ele tinha então 30 anos e Clara 21.

Na ocasião do casamento, Robert deu de presente a Clara um diário, que se tornaria um diário conjunto, pessoal e musical, onde o casal documenta suas realizações artísticas, problemas financeiros e pessoais, queixas, viagens, encontro com artistas como Franz Liszt e Felix Mendelssohn e as origens de algumas das maiores composições do casal. As anotações no diário se interrompem após os primeiros quatro anos do casamento.

Crises

Muitas vezes Clara precisou abdicar de sua carreira em favor do marido. Ela era a principal provedora da casa, já que a principal fonte de renda vinha dos concertos que ela realizava. Clara adorava fazer turnês e Robert as odiava. Ele precisava de silencio e tranquilidade para suas composições, o que significava que Clara só poderia se dedicar aos seus estudos após o marido encerrar suas atividades. O casal teve oito filhos, o que também significou muitas interrupções em sua carreira.

O diário do casal revelou muitas coisas sobre o relacionamento. Ao mesmo tempo em que Robert encorajava as atividades de Clara, fica visível que ele tinha inveja da atenção que ela recebia em seus concertos. Por outro lado Clara revela também suas ansiedades com relação a Robert: ela teme que não esteja agradando Robert suficientemente em seu trabalho doméstico e que sua falta de educação formal o irrite. Ou seja, apesar de Robert ter sido aparentemente um marido de costumes mais liberais quanto ao papel de uma mulher no mundo musical, ainda a relação entre eles era essencialmente aquele típico da sociedade européia, conservadora e patriarcal. A Clara era reservado o papel da dona de casa e apoiadora do marido.

Outro problema foram as constantes crises nervosas de Robert. Ele já tinha um histórico de depressão desde 1833 quando seu irmão Julius e sua cunhada Rosalie morreram na pandemia mundial de cólera.

No final de fevereiro de 1854 ele tentou o suicídio se atirando de uma ponte sobre o rio Reno. Foi resgatado por barqueiros e levado para casa, onde pediu que fosse internado em um manicômio. Permaneceu lá até 29 de julho de 1856 onde veio a falecer aos 46 anos. Nesse período era negado a Clara o direito de visitar Robert, embora o compositor Johannes Brahms fosse livre para vê-lo. A permissão para Clara visitar Robert só foi concedida quando ficou evidente que ele estava em seus últimos dias. Ela o visitou dois dias antes de sua morte. Na ocasião parece que ele chegou a reconhece-la, mas só conseguiu murmurar algumas poucas palavras.

Volta aos palcos

Após a morte de Robert, Clara continuou com sua carreira de concertista. Ela fez centenas de apresentações pela Europa, muitas vezes na companhia do violinista Joseph Joachim especialmente na execução das sonatas de violino de Beethoven. Clara foi a maior divulgadora do trabalho de Robert Schumann, alem de ter estreado muitas obras de outros compositores como Johannes Brahms.

A partir de 1878 ela se tornou a principal professora de piano do Conservatório Dr. Hoch em Frankfurt, a única mulher na instituição. Sua fama atraia estudantes de todas as partes do mundo.

Apesar de toda esta atividade, após a morte de Robert, Clara deixou de lado a atividade de composição, se dedicando apenas a fazer arranjos para piano de obras orquestrais do marido.

A compositora

A carreira de compositora de Clara começou cedo, consistindo especialmente de peças para piano solo. Sua composição de maior fôlego foi o seu Concerto para Piano em Lá Menor, opus 7, estreada em 1836, quando tinha 14 anos de idade, escrita com alguma ajuda de Robert. Após o casamento ela se dedicou à composição de obras corais e canções. Com a chegada dos filhos ela se dedicou cada vez menos ao ofício. A obra de Clara Schumann foi esquecida por muito tempo mas nos anos 1970 houve um ressurgimento no interesse em suas composições. Hoje em dia foram incorporadas ao repertório e são frequentemente executadas e apreciadas por um público cada vez maior.

Clara Schumann faleceu em 20 de maio de 1896 com 76 anos de idade em Frankfurt, no então Império Alemão.

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