Em 20 de janeiro de 1942, Adolf Hitler e seus capangas decidiram na infame Conferência de Wannsee organizar e implementar a “solução final para a questão judaica” (Endlösung der Judenfrage em alemão). O plano nazista de genocídio da população judaica de todos os territórios ocupados pela Alemanha, levou ao assassinato de mais de seis milhões de judeus durante o regime nacional-socialista. Um enorme aparato burocrático os ajudou a organizar a perseguição e o extermínio sistemático.
A “discussão da solução final para a questão judaica”, de acordo com a ata da conferência escrita por Adolf Eichmann, Obergruppenführer Reinhard Heydrich, chefe do Escritório Central de Segurança do Reich, da Schutzstaffel (SS) – organização paramilitar ligada ao Partido Nazista e a Adolf Hitler -, seria o responsável para implementar o plano. Na Conferência de Wannsee em 1942, a chamada “solução final” foi oficialmente decidida e a deportação de toda a população judaica da Europa foi organizada para o seu extermínio.
Porém, esta conferência não marcou o início da “solução final”. Em 31 de julho de 1941, logo após o ataque à União Soviética, Heydrich foi encomendado por Hermann Göring com a “solução final”:
“Eu o instruo a apresentar um esboço geral das medidas preliminares organizacionais, factuais e materiais para implementar a solução final desejada para a questão judaica.”
O ataque alemão à União Soviética em 22 de junho de 1941 marcou o ponto de viragem para a solução final. Apenas um dia depois, logo após a fronteira soviética, mais de 200 residentes judeus foram baleados por um destacamento de polícia da região vizinha da fronteira alemã. Antes disso, os judeus tiveram que desistir de suas propriedades e cavar sepulturas. Um dia depois, o comando da polícia assassinou mais judeus, homens, mulheres e crianças. Essas e outras chamadas “ações de pacificação” foram justificadas com a alegada liderança judaica do comunismo na União Soviética.
A partir de outubro de 1941 os judeus foram proibidos de emigrar e tiveram suas propriedades confiscadas em favor do Reich. A deportação sistemática começou inicialmente para o gueto de Lodz, na antiga Polônia. Depois, mais de 3.000 judeus foram deportados de Berlim, Frankfurt, Colônia e Düsseldorf. Neste mesmo ano, foram desenvolvidos diferentes experimentos para assassinato em massa, formando os campos de extermínios e câmaras de gás.
No final de 1941, Auschwitz tornou-se um centro de extermínio e um campo de trabalho, cidade convertida para ser modelo do plano “solução final”. A “solução final” continuou nos campos de concentração até pouco antes da libertação de Auschwitz. Em 25 de janeiro de 1945, 48 horas antes da chegada do Exército Vermelho, 300 prisioneiros judeus doentes que não puderam ser evacuados foram assassinados em Auschwitz.
A conferência de Wannsee, ocorrida há setenta e um anos, revelou como o aparato estatal e econômico funcionou para aniquilar os judeus europeus. O nazismo que chegou ao poder com a ajuda de Stalin, só foi derrotado pela insurreição dos trabalhadores em toda a Europa, e não pela Frente Ampla do imperialismo com Stalinismo, que serviu para enterrar o movimento operário no mundo.