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Dia de hoje na história

19/08/1936: começa o “julgamento dos dezesseis” na URSS

O primeiro dos "Processos de Moscou condenou 16 à morte, incluindo os bolcheviques Zinoviev e Kamenev, foi um dos auges do grande expurgo contrarrevolucionário comandado por Stálin

No dia 19 de agosto de 1936 começou o primeiro dos famosos “Processos de Moscou”, conhecido como o “julgamento dos dezesseis”, que ganhou esse nome devido ao número de julgados, todos foram condenados ao fuzilamento. Esse processo e os próximos que o seguiram faziam parte da contrarrevolução que se intensificava na União Soviética encabeçada por Josef Stálin que teria como seu auge, em 1940, o assassinato do maior líder bolchevique após Lênin, Leon Trótski.

O processo de contrarrevolução na URSS começou na década anterior após a morte de Lênin, quando a burocracia se tornou cada vez mais forte e conseguiu dominar o país. Trótski nomeou esse acontecimento de termidor soviético, em analogia com o termidor de 1794 na revolução francesa que foi uma guinada à direita mas não o fim da revolução. Da mesma forma na URSS essa guinada à direita não destruiu o Estado operário que havia sido criado em 1917.

Contudo, para se manter esse novo regime a burocracia estalinista precisou reprimir cada vez mais quaisquer lideranças de oposição. Trótski foi o primeiro, exilado já em 1927. Em 1936 os principais alvos de Stálin eram Zinoviev e Kamenev, que ironicamente haviam lhe ajudado a ascender ao poder mas que passaram a atuar como oposição, principalmente quando Trótski ainda não estava no exílio. Além deles, mais 14 foram condenados, em sua maioria antigos bolcheviques. A acusação era de organização terrorista com objetivo de assassinar Stálin. O procurador geral era um antigo menchevique que antes da revolução havia ordenando a prisão do próprio Lênin!

Os julgamentos foram completamente fraudados com enormes arbitrariedades incluindo ameaças a familiares dos julgados, que sob pressão “confessaram” os crimes. Em apenas seis dias, em 25 de agosto, eles foram condenados à morte e depois fuzilados na Prisão Lubyanka em Moscou. O processo contrarrevolucionário, em seu auge na URSS, se expressava na política externa da Internacional Comunista dirigida por Moscou. A revolução espanhola havia começado em julho de 1936 e o Partido Comunista adotou a política da frente popular que foi a principal causa da derrota da revolução e da ascensão do fascismo.

O domínio da burocracia estalinista já havia levado à derrota das revoluções na Inglaterra em 1926, na China em 1927, na Alemanha em 1933 e ainda causaria muitos fracassos fazendo Trótski cunhar para Stalin o apelido de “grande organizador de derrotas”. Dentro da URSS isso se manifestou com a destruição completa do Partido Bolchevique, que havia feito a revolução em 1917, a partir dos processos de Moscou. Não só isso como numa conjuntura de guerra iminente contra a Alemanha nazista quase todos os oficiais mais competentes do exército vermelho, que haviam lutado durante a guerra civil, foram expurgados deixando a URSS extremamente vulnerável a uma invasão.

Mais dois processos aconteceram após o julgamento dos 16, um em 1937 e outro em 1938, gerando perdas inestimáveis para a URSS. Mas a principal figura de oposição e principal liderança revolucionária da esquerda internacional estava exilada, se safando dos fuzilamentos de 1936.

No México, Leon Trótski reorganizava as forças revolucionárias a partir da Quarta Internacional. Contudo, a repressão estalinista não se resumia às fronteiras da União Soviética. Em 1940, há 80 anos, no dia 21 de agosto, Trótski foi assassinado por um agente da polícia secreta estalinista. Assim, Stálin desferiu um de seus maiores golpes contra o proletariado internacional.

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