O atraso econômico marcado pela exportação de produtos agrícolas – mantido sob o controle dos bancos ingleses e estadunidenses – da segunda metade do século XIX até o começo do século XX, deu lugar a uma crise revolucionária como resultado da falência do sistema capitalista. Essa crise que, por sua vez, leva à primeira Guerra Mundial, se revela, no México, com o esgotamento do Porfiriato, que era totalmente dependente dos norte-americanos.
Em 1910 inicia-se a revolução mexicana – o maior movimento revolucionário que houve na América Latina – marcando o período de desequilíbrio e revoluções que atingiria o mundo todo. Com a renúncia de Porfírio dias, em maio de 1911, Francisco Madeiro torna-se o primeiro presidente do México depois da revolução. Além de Madero, Francisco Villa (Pancho Villa), Emiliano Zapata, Enrique Flores Magón e Ricardo Flores Magón lideravam o processo revolucionário. Zapata, importante líder revolucionário, considerado um dos heróis nacionais mexicanos, liderava os camponeses do sul, enquanto Pancho Villa liderava os do norte.
Iniciava-se um longo período de guerra civil. A situação, no entanto, se agravaria no final 1915 com o reconhecimento de Venustiano Carranza como presidente do México, por parte dos EUA. Carranza era um empresário mexicano que participara da revolução como Primeiro Chefe do Exército Constitucionalista, após o assassinato de Francisco Madero. Nesse ínterim, Pancho Villa fora derrotada por Álvaro Obregón e pelos constitucionalistas na famosa batalha de Celaya. Naquele momento, a cavalaria de Villa mostrava-se ineficaz contra as trincheiras, artilharia e metralhadoras do exército de Obregon. Villa ainda perderia a batalha de Trinidad, a batalha de León e a batalha de Aguascalientes, forçando-o a bater em retirada novamente para Chihuahua, norte do país.
Essa sequência de derrotas provocaria uma reviravolta no cenário político. Em janeiro de 1916, sob o comando do general Ramón Banda Quesada, foi realizado um ataque contra empregados estadunidenses da companhia de mineração ASARCO. Por conseguinte, no dia 9 de março, um grupo de aproximadamente 1.500 homens (sendo 47 do exército de Pancho Villa), novamente liderado por Ramón Banda Quesada, empreendeu uma ofensiva ao povo de Columbus (Novo México) – já território dos EUA. O ataque, porém, provocaria mais uma intervenção estadunidense no México.
Batizada de Expedição Punitiva, a resposta do governo de Woodrow Wilson, então presidente dos EUA, serviria como retaliação ao que ocorrere em Columbus. No dia 14 de março de 196, tropas guiadas pelo general John Joseph Pershing (Black Jack) – responsável pelo comando militar dos EUA na Primeira Guerra Mundial, sairam em busca de Villa. O deserto do México tornara-se um campo de batalha; a guerra de movimento se desenvolvia a todo vapor. No dia 29 de março, em San Isidro, guerrilhas de Chihuahua, as forças Villista entraram em confronto com as forças dos EUA durante 5 horas seguidas (11h às 16h). Ao final, 94 estadunidenses foram mortos e 34 ficaram feridos. Já no dia 3 de abril, em Aguacaliente, Chihuahua, a batalha teria a duração de uma hora, com 108 baixas por parte dos EUA.
A batalha de Puerto de Varas, ocorrida em 18 de abril de 1916, marcaria a derrota militar imposta por Pancho Villa aos estadunidenses. O confronto entre as forças de Pancho Villa e as tropas do Exército dos Estados Unidos resultariam na morte de 124 estadunidenses e no arrasamento do moral das forças estadunidenses. Alegando ser impossível combater as forças de Villa naquelas condições, o governo dos EUA tratariam, em breve, de retirar suas tropas.