No dia 15 de maio de 1948 a guerra entre os palestinos e os invasores israelenses se transformou em uma guerra entre uma liga de países árabes contra Israel. Isso aconteceu porque no dia anterior Israel havia declarado sua “independência”, na verdade o que ocorria a meses era um processo de limpeza étnica e de conquista das terras dos palestinos, estima-se que metade da população foi expulsa do território ou assassinada. O dia da fundação do Estado de Israel é conhecido pelos palestinos como Nakba, a catástrofe, e todos os anos é um dia de luta que em geral termina em mais assassinatos de palestinos.
A história da fundação do Estado de Israel remete ao fim do século XIX com a criação do Sionismo, um tipo de nacionalismo Judeu, iniciou um processo migratório de judeus da Europa para a Palestina que na época era uma colônia britânica. Com a segunda guerra mundial, o Holocausto e a fundação da ONU a criação de um Estado para os judeus tomando uma parte do território da Palestina se tornou uma possibilidade. Na verdade os sionistas nesse momento se aliaram aos anti semitas mais moderados que queriam uma Europa sem judeus, já a maior parte da população judaica europeia preferia ver o racismo acabar em seu país do que se mudar para outro continente.
Em novembro de 1947 o imperialismo através da ONU estabeleceu que aproximadamente metade do território da Palestina seria um Estado para os judeus tanto os que já estavam lá, quanto os da Europa que quisessem lá habitar, até os dias de hoje todo judeu tem direito a cidadania Israelense. A partir desse momento começou a invasão em grande escala com muitos armamentos reaproveitados da recente guerra na Europa, os palestinos não tiveram chance de resistir. Em maio de 1948 a liga árabe em solidariedade com o povo da Palestina e contra o imperialismo decidiu entrar em guerra contra Israel.
Os exércitos árabes ocuparam a região determinada pela ONU como Palestina partiram para atacar os territórios que os israelenses haviam conquistado. A guerra durou 10 meses e acabou com uma vitória de Israel que além de garantir o domínio do território determinado pela ONU ainda abocanhou 60% do território que havia sido determinado para a Palestina. O Egito anexou a pequena faixa de Gaza e a Jordânia anexou a Cisjordânia. Israel continuaria entrando em guerras ao longo de toda a sua história com destaques para 1967 em que ela ocupou militarmente o que havia sobrado da Palestina, a guerra de Yom Kippur em 1973 e as guerras com o Líbano, além disso, é claro, a participação indireta em quase todas as guerras do oriente médio.
Desde sua fundação o Estado de Israel é uma aberração, tendo seu princípio com a limpeza étnica de centenas de milhares de palestinos, continua os oprimindo todos os dias até hoje, nem as crianças escapam das prisões israelenses e a faixa de Gaza atualmente configura um enorme presídio a céu aberto com 2 milhões de pessoas sem acesso a recursos básicos como água potável. Os palestinos que vivem dentro do que é legalmente Israel, cerca de 20% da população, estão sob um regime de apartheid e os que vivem na Cisjordânia, ocupada militarmente desde 1967, vivem num regime fascista ainda pior, com mais colonizadores israelenses tomando suas terras todos os dias.
Além disso Israel virou uma das principais bases do imperialismo no Oriente Médio, um dos territórios mais importantes do mundo devido as jazidas de petróleo. Qualquer operação imperialista contra a Síria, o Iraque o Irã ou outro país sempre terá participação de Israel, que recebe bilhões de dólares dos EUA todos os anos para investir em armamentos e funciona como uma enorme base militar, em 1973 apenas a intervenção do imperialismo permitiu que Israel não fosse derrotada pelos países arabes. E para piorar a situação eles ainda possuem armas nucleares, algo extremamente perigoso numa região de constantes crises e guerras. Há 72 anos a opressão do povo palestino serve de base para a opressão de todos os povos do Oriente Médio.