Em 11/08/1960, o Chade, país africano da região do Sahel e quinto maior do continente, se torna independente da França depois de um longo período de colonização, que vai do final do século XIX até aquele momento até o início do século XX, quando em 1920 houve a incorporação da região à África Equatorial francesa.
A independência do país foi negociada na esteira do final da Segunda Guerra Mundial, líderes políticos do Chade buscaram traçar um caminho de negociações com a França, que naquele momento ocupava militarmente o território. O principal partido político a atuar nessa negociação foi o Partido Progressista do Chade (PPC), o qual era apoiado principalmente pelo povo do sul do país, os Sara, e funcionava como uma frente política interterritorial da Assembleia Democrática Africana (RDA).
Inicialmente o PPC procurou canalizar para si as intensas mobilizações populares pela independência do país, porém, em 1958, o líder do partido Gabriel Lisette surpreendeu a todos e passou a defender a integração do país à comunidade Franco-africana, uma proposta do então presidente da França, Charles de Gaulle.
Lisette foi então expulso do país e deu lugar à ascensão do líder sindicalista François Tombalbaye, que assumiu então a dianteira do PPC. Com a formação de um governo de coalizão, o partido negociou a independência do país com a França, que foi oficialmente declarada em 11/08/1960.
REBELIÃO CONTRA O IMPERIALISMO
Apesar da independência, a França nunca deixou de exercer uma influência esmagadora tanto no Chade quanto em outros países daquela mesma região, inclusive intervindo militarmente. Isso porque pouco antes da independência das suas colônias, a França aboliu o sistema parlamentarista e instituiu nesses países um regime presidencialista, em que todos os poderes de Estado se concentram nas mãos de um único representante, o que torna a corrupção pelo imperialismo muito fácil de acontecer.
Entretanto, o ressentimento contra o colonizador é crescente, principalmente entre a juventude desses países que vivem na mais completa miséria. Atualmente, o continente africano está colocando em marcha uma rebelião de grandes proporções contra o poderio imperialista.
Além de toda a região do Sahel, incluindo os países como o Mali e Burkina Fasso e o Níger, que recentemente abriram o caminho para golpes de estado nacionalistas abertamente apoiados pela Rússia e pela China, a África do Sul também se aproxima cada vez mais do bloco dos BRICS, do qual ela própria já faz parte. O Egito, tradicional aliado do Imperialismo na região, também ameaça romper com os Estados Unidos.
O mais recente país a se rebelar, o Níger é também o mais pobre de todos, um país sem litoral, empobrecido e devastado pela guerra, embora rico em matérias-primas e que está prestes a se tornar uma nova fronteira e tem o apoio dos vizinhos.
Com relação ao golpe de estado nacionalista no Níger, o ministro da defesa do Chade avisou que não intervirá para reestabelecer o governo anterior, um fantoche imperialista.
O próprio Chade tem vivido uma situação de intensa instabilidade política desde a morte do Presidente Idriss Déby Itno, também um preposto imperialista, em 2021.
O posicionamento do Chade está correto. É preciso apoiar todo e qualquer golpe de Estado que venha para combater o poder do Imperialismo.