Há 48 anos atrás, ocorria nos Estados Unidos uma das mais famosas rebeliões de prisioneiros da história do país e do mundo.
Devido a grande repressão policial, falta de condições básicas e direitos, o presídio de Attica se encontrava em estado de calamidade, e os presos, amontoados por toda a área, se encontravam com grande insatisfação.
A gota d’água veio quando, após um pequeno protesto por parte dos prisioneiros, o comando da prisão decidiu por punir todos os presidiários, impedindo que após o café da manhã eles pudessem ir ao pátio, como sempre faziam. Com esta punição sem aviso prévio, todos se depararam com as portas fechadas e a partir disso começaram o protesto, sofrendo a repressão policial, o que levou ao inicio do motim.
O motim tomou proporções gigantescas, tendo os presos tomado vários fundamentais setores de funcionamento do presídio e gerando um enfrentamento que durou cerca de quatro dias.
Durante este período os presos trouxeram um programa de revindicações por melhores condições de vida, assistência médica, fim das torturas e da repressão policial em geral. Manifesto esse que se tornou um exemplar da luta contra a opressão que existe dentro dos presídios e foi o documento chave da rebelião.
Todavia, as demandas não foram do interesse do governo, sendo que o governador Rockefeller decidiu por ignorar os presos, aprofundando dessa forma o motim, que passaria a se radicalizar cada vez mais. Com esta radicalização, o governo resolveu enganar os presidiários, prometendo a continuidade das negociações quando na verdade se preparava para tomar pela força o local.
Quando chegou-se ao quarto dia de motim, o governo invadiu brutalmente o presídio, levando ao assassinato de dezenas de pessoas. Após isto, os prisioneiros se renderam e um dos principais líderes do movimento foi perseguido e assassinado, porém, graças a todo este embate, muitos direitos foram dados aos prisioneiros norte-americanos, em uma tentativa desesperada do governo em acalmar a situação nos presídios e evitar novas rebeliões.
Por fim, não podemos deixar de ligar este caso a o que acontece em nosso próprio país, onde rebeliões fazem parte da rotina tanto quanto os massacres, o encarceramento em massa e a repressão policial. Já que o capitalismo está muito longe de garantir qualquer direito democrático a população, ainda mais em países atrasados, a situação nos presídios está abaixo do que poderia ser considerado desumano. Tendo celas super lotadas, esmagando seres humanos em locais no qual nenhuma vida poderia existir.
Os presos brasileiros, assim como os norte-americanos, lutam diariamente contra esta situação, que não pode ser solucionada sob o sistema capitalista. Por isso, é necessário exigir a libertação imediata de todos aqueles que vivem nessas condições desumanas e que sejam garantidos os direitos democráticos de todas essas pessoas, vitimas do esmagamento do pobre na sociedade.