Em 8 de dezembro de 1972, o importante representante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) Mahmoud Hamshari foi vítima de um atentado cometido pelo Instituto de Inteligência e Operações Especiais (Mossad), a agência de espionagem israelense.
Hamshari era membro da Fatah, a principal organização confederada dentro da OLP e cumpria um papel de suma importância, tendo sido encarregado de organizar a juventude palestina na Argélia, onde trabalhava como professor universitário.
Expulso em 1948 com toda a sua família de sua casa na Palestina por milicianos israelenses, retornou à sua terra em 1967, para estabelecer células do Fatah na região.
Em 1968 foi nomeado representante da OLP na França e lá fundou a União Geral de Estudantes Palestinos, uma organização que recebeu o apoio de figuras importantes como o cineasta Jean-Luc Godard.
Em 1972, a organização Setembro Negro, formada por militantes dissidentes do Fatah, organizou um ataque à equipe olímpica de “Israel” durante as Olimpíadas de Munique, na Alemanha, com o intuito de obter reféns e conseguir negociar a libertação de palestinos que haviam sido aprisionados pelos sionistas.
O sequestro dos 11 israelenses capturados acabou com a morte dos atletas devido à reação do governo alemão, que decidiu abrir fogo contra os sequestradores durante a troca de reféns.
Após os atentados do Setembro Negro, a então primeira-ministra de Israel, Golda Meir, ordenou que o Mossad iniciasse uma verdadeira campanha de assassinatos contra as organizações de resistência palestinas.
Um agente do Mossad atuando como jornalista convidou Hamshari para uma conversa, com o propósito de retirar Hamshari de dentro de sua casa enquanto agentes do Mossad a invadiam para instalar uma bomba, que seria controlada remotamente, por uma chamada telefônica.
Então, em 8 de dezembro de 1972, Mahmoud Hamshari foi encontrado em sua casa em Paris, gravemente ferido, morrendo um mês depois, em 9 de janeiro de 1973.
O atentado contra Mahmoud Hamshari foi apenas um dos muitos assassinatos cometidos pelo Mossad, agência que é uma peça-chave para a ditadura sionista sobre a Palestina.
São inúmeras as denúncias, feitas inclusive pela própria imprensa israelense, de torturas, abusos sexuais e assassinatos cometidos pelo Mossad contra os palestinos e todos os inimigos dos sionistas.
Apenas durante o desenrolar dos acontecimentos posteriores aos atos do Setembro Negro, além de Hamshari, foram mortos pelo Mossad o intelectual palestino Wael Zwaiter, o acadêmico iraquiano Basil Al Kubaisi, o poeta argelino Mohamed Boudia e o militante Zaiad Muchassi.
O Mossad atua no mundo inteiro para desestabilizar qualquer tentativa de organização em defesa da Palestina. Recentemente, seus tentáculos levaram a sinistra agência a tutelar a Polícia Federal no Brasil, violando a soberania do País.