No dia 06 de Abril de 1994, teve início o genocídio em Ruanda, fomentado pela política do imperialismo belga.
Os belgas haviam se aproveitado e fomentado a divisão do país em duas etnias, os hutus e os tutsis. Durante décadas, cooptaram uma etnia e a instrumentalizaram para oprimir a outra, em benefício de seus interesses políticos e econômicos no país. Enquanto as duas etnias lutavam entre si, o verdadeiro poder permanecia nas mãos da Bélgica.
Neste dia, um avião vindo da Tanzânia, que transportava os presidentes de Ruanda e Burundi (ambos hutus), foi abatido por um míssil. A origem do míssil é desconhecida, mas o governo hutu responsabilizou uma guerrilha tutsi e disse que se tratava de uma tentativa de retomar o poder.
Poucas horas após a queda do avião, as Forças Armadas de Ruanda e milícias hutus a serviço do governo montaram bloqueios em estradas e começaram a ir de casa em casa assassinando tutsis e hutus moderados. A primeira-ministra, Agathe Uwilingiyimana, foi brutalmente assassinada em sua casa junto com dez agentes belgas designados para protegê-la, no dia 07 de abril de 1994. Depois deste episódio, os belgas retiraram seus contingentes militares do país.
Emissoras de rádio das alas mais extremistas dos hutus conclamavam ao assassinato dos tutsis nas ruas, classificados como baratas. A rádio divulgava o nome de pessoas a serem perseguidas e mortas. Nem idosos, mulheres ou crianças escapavam, sendo que estas últimas eram assassinadas em massa com vistas a eliminação da nova geração. No decorrer de 100 dias, entre de 800 mil a 1 milhão de tutsis e hutus moderados foram assassinados a golpes de facão, tiros, machadadas etc. Estima-se que de 100 a 250 mil mulheres foram estupradas durante três meses.
O imperialismo em geral e o belga em particular foram os causadores do genocídio. O imperialismo francês, por sua vez, participou no envio de armamentos e treinamento de grupos hutus aliados, inclusive com o ensino de técnicas eficazes de assassinato e torturas. A Organização das Nações Unidas (ONU) enviou uma força militar para o país, com o objetivo de impedir que situação regional e, possivelmente continental, se desestabilizassem. No cenário internacional, ficou claro a falta de vontade política dos países causadores do genocídio de intervir para parar o massacre.
As vidas de milhões de africanos era banal para as metrópoles europeias.