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A revolucção decapitada

03/11/1918: começa a revolução alemã de 1918

A Revolução Alemã foi possivelmente a maior mobilização operária da história, contudo ela seria derrotada e suas principais lideranças, Rosa Luxemburgo e Liebknecht, assassinadas

No dia 03 de novembro de 1918 os marinheiros de Kiel – cidade portuária na Alemanha – sitiada pela marinha britânica desde o início da guerra entre os países imperialistas, iniciaram uma revolta contra as ordens suicidas dos almirantes. A revolta rapidamente se espalharia por todo o país, criando sovietes de trabalhadores e soldados e dando início a Revolução de 1918.

O movimento derrubou a monarquia e deu início a República de Weimar, garantindo enormes conquistas para os trabalhadores como forma de acalmar o ímpeto revolucionário da classe operária alemã. A revolução terminaria decapitada pela própria social democracia, que permitiu que a extrema direita assassinasse os maiores líderes revolucionários da Alemanha, Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo, assim como milhares de comunistas.

A primeira guerra mundial iniciada em 1914 gerou uma enorme crise nos países imperialistas que os levou a uma conjuntura revolucionária. Em geral a Revolução Russa de 1917 é usada como exemplo pois ela foi vitoriosa e portanto não conseguiu ser apagada pela burguesia. Contudo, o processo revolucionário iniciado em 1917 se espalhou por toda a Europa, além da Alemanha também houve revoluções na Hungria, na Baviera (província da Alemanha), na Irlanda, que se iniciou antes mesmo de 1917, e grandes mobilizações em todo o mundo, os impactos da crise foram sentidos até no Brasil que teve sua primeira greve geral em julho de 1917.

A Alemanha neste momento já possuía a maior e mais organizada classe operária do mundo com o maior partido de esquerda, que liderava a Segunda Internacional, o Partido Social Democrata Alemão (SDP). O partido era gigantesco, com um grande número de parlamentares, dezenas de jornais diários, centenas de militantes profissionais e a direção da maior parte dos sindicatos e os grandes nomes do marxismo na época, como Kautsky e a própria Rosa Luxemburgo. Contudo, ela havia sido dominada por sua ala direita, alinhando-se completamente com a burguesia alemã. Isto teve sua expressão máxima no apoio a guerra, ou seja, à política de defender a predominância do imperialismo alemão as custas do assassinato brutal dos trabalhadores de toda a Europa.

Em oposição a essa política verdadeiramente criminosa se colocaram Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo, ambos haviam sido presos durante a guerra. Posteriormente criariam o Partido Comunista Alemão e se tornariam os principais líderes da revolução, antes de serem assassinados.

A revolução mobilizou as massas alemães e tornou a guerra inviável, basicamente impondo o seu fim, assim como havia acontecido na Rússia no ano anterior. Um fato importante é que uma das primeiras medidas do novo governo foi revogar o tratado de Brest Litovsk, que havia sido assinado após a rendição da Rússia, este cedia um gigantesco território ao imperialismo Alemão com 50% da indústria russa e um terço de sua população. A revogação do tratado é um marco do internacionalismo proletário e de como as revoluções socialistas devem ser apoiadas pela classe operária internacional para serem vitoriosas.

Os parlamentares da Social Democracia rapidamente perceberam que a situação poderia sair de seu controle e, antes que Liebknecht o fizesse, proclamaram a república e a assumiram o governo em uma frente com a burguesia. Rapidamente a contrarrevolução se organizou em grupos paramilitares de extrema direita, os Freikorps, que vergonhosamente foram usados pelo próprio governo social democrata para esmagar as organizações dos trabalhadores. Apenas dois meses após o início da revolução eles conseguiram assassinar os seus principais alvos: Karl Liebknecth e Rosa Luxemburgo. Assim, a revolução perderia suas principais lideranças. No ano que se seguiu, os freikorps foram de cidade em cidade esmagando a revolução e assassinando milhares de comunistas até a situação se estabilizar.

Ao contrário do que houve na Rússia, não havia um partido Bolchevique consciente da situação e lutando pela tomada do poder, o que levaria a revolução na Alemanha a não instaurar a ditadura do proletariado, apenas garantindo uma república com um governo de esquerda ainda controlado pela burguesia. Foram criados os direitos trabalhistas, as mulheres, protagonistas do processo revolucionário, ganharam direito ao voto, dentre outras conquistas. A conjuntura revolucionária, com suas idas e vindas, só iria terminar em 1923, com mais uma derrota da classe operária. Nos anos seguintes o stalinismo ganharia cada vez mais força e seria o principal fator da derrota da classe operária, o que em 1933 levou a ascensão do nazismo.

A Revolução de 1918 na Alemanha foi um acontecimento de enorme importância e serve de exemplo, assim como todas as outras revoluções que foram derrotadas, para aqueles que lutam pelo socialismo nos dias de hoje.

Mesmo com uma enorme classe operária organizada, a criação de sovietes de soldados e trabalhadores em todo o país e a mobilização geral das massas, não se expropriou a burguesia, não se criando um Estado operário. Na Rússia, no ano anterior, um partido organizado havia liderado a classe operária à tomada do poder, algo que não foi feito na Alemanha em 1918, na Inglaterra em 1926, na China em 1927, na França e na Espanha em 1936 e em todas as outras revoluções derrotadas em toda a história.

É preciso aprender com os acertos de 1917 e os diversos erros na história das revoluções socialistas, é necessário construir um partido operário revolucionário que tenha a capacidade de levar a classe operária à tomada do poder.

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