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Genocídio

02/10/1992: massacre no Carandiru deixa mais de cem mortos

Massacre do Carandiru mostra apretensão do estado burguês: massacrar a classe operária

Há 28 anos atrás, no dia 2 de outubro de 1992, ocorreu um dos maiores massacres já vistos pelo povo brasileiro. O fato ocorreu na Casa de Detenção do Estado de São Paulo, conhecida como Carandiru. Durante um jogo de futebol, por volta das 15h, houve uma briga entre dois detentos, a qual deixou um deles gravemente ferido. Todavia, os Agentes Penitenciários não fizeram questão de ajudar o cidadão machucado. Em seguida, os presos do Carandiru iniciaram uma revolta que não conseguiu ser detida pelos funcionários da prisão. Consequentemente, a Polícia Militar foi acionada e invadiu o prédio, realizando uma verdadeira chacina que deixou 111 pessoas mortas e um número incontável de homens machucados.

Tropas de choque chegando no Carandiru. Foto: Arquivo Diário de S.Paulo

Relatos de sobreviventes do Massacre do Carandiru mostram que a ação policial, liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, foi genuinamente grotesca. Homens estavam sendo fuzilados aleatoriamente, presos foram jogados em um poço de elevador do quinto andar, sem contar que, em um momento, a quantidade de sangue no chão era tamanha que chegava a bater nos joelhos dos prisioneiros. Além disso, um helicóptero sobrevoava o local, atirando desenfreadamente em qualquer um que fosse para o telhado.

Consequências

Por mais que o Massacre do Carandiru tenha entrado para a história do Brasil como um dos mais macabros, pouco foi feito nos anos que o seguiram. Foi somente em 2002 que iniciou-se o processo de sua desativação, sendo tombado no ano passado como forma de registrar o que lá ocorreu. Acima disso, até o momento, nenhum policial militar foi condenado pelo massacre, mesmo após 2 anos de julgamento, considerado o maior já feito no Brasil.

Outro resultado proveniente do massacre, digno de nota por este diário, é o fato de que o PCC (Primeiro Comando da Capital) foi formado em decorrência do Massacre do Carandiru. No estatuto da facção, consta que os detentos devem “permanecer unidos e organizados para evitarmos que ocorra novamente um massacre semelhante ou pior ao ocorrido na Casa de Detenção em 02 de outubro de 1992”. Ou seja, frente à demonstração clara de opressão por parte do Estado, criou-se uma organização capaz de proteger e defender os presos da ação eugênica da burguesia dentro dos presídios.

O Massacre do Carandiru serviu como inspiração para diversas produções culturais que denunciam o caráter autoritário e genocida do estado burguês. Exemplo disso é a famosa canção do grupo Racionais MC’s, “Diário de um detento”, que coloca de forma clara o tratamento desumano recebido pelos detentos nas prisões brasileiras. Além disso, filmes e livros foram criados para registrar e denunciar o massacre, como o filme intitulado “Carandiru” (2003), de Hector Babenco.

Mesmo que o Massacre do Carandiru seja lembrado como uma memória distante, um acontecimento sombrio na história do Brasil, a realidade do sistema prisional brasileiro não é muito melhor do que era em 1992. Principalmente agora, com a pandemia do coronavírus, as prisões viraram campos de concentração. Por mais que seja inconstitucional, a pena de morte foi instituída, no sentido de que a negligência do Estado frente ao coronavírus já resultou na morte de centenas de pessoas, sendo que não existe absolutamente nenhuma estrutura para testar casos suspeitos. Ademais, existe uma crescente tendência ao estabelecimento de políticas verdadeiramente fascistas por parte da extrema-direita, procurando transformar a vida dos detentos nos centros de detenção um verdadeiro inferno. Finalmente, a prisão tem como úncio objetivo oprimir a classe operária, promovendo um verdadeiro massacre desta como forma de manutenção do poder por parte da burguesia.

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