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Dia de Hoje na História

01/07/1974: morre o nacionalista argentino Juan Domingo Perón

Assim como Getúlio Vargas no Brasil, Perón materializou as contradições e as vitórias do nacionalismo burguês da América Latina

Juan Domingo Perón entrou para a história argentina, e da própria América Latina, como uma figura bastante complexa e, em certo sentido, contraditória. Iniciou sua trajetória como militar. Foi membro do Estado Maior do Exército argentino, além de professor de “História Militar” na Escola Superior de Guerra. Depois de 30 anos de serviço militar, Perón abandonou a patente de Tenente-General para seguir o caminho político.

Em grande medida, o caminho trilhado por Perón assemelha-se ao de presidente brasileiro Getúlio Vargas. Ambos os dirigentes foram instrumentos do nacionalismo burguês para alcançar seus objetivos de desenvolvimento e de ruptura com setores oligarcas que comandavam os países. As semelhanças se devem ao fato da conjuntura econômica do Brasil e da Argentina guardarem muitas semelhanças. Ambos os países haviam acumulado capital desde o século XIX através da agropecuária, tendo sofrido grandes perdas com a crise de 1929.

Para a Argentina, assim como para a imensa maioria dos países do mundo, a década de 1930 foi marcada por uma intensa crise político-econômica. Após uma sucessão de golpes militares durante cerca de 13 anos, no período que ficaria conhecido posteriormente como “Década Infame”, o país só encontraria certa estabilidade após 1943. Nesse ano, mais um golpe militar seria dado, mas dessa vez pela ala nacionalista das Forças Armadas.

Nesse momento, Juan Perón é nomeado como Secretário do Trabalho e Segurança Social, passando a desenvolver políticas de valorização da classe trabalhadora. Sob sua chefia medidas como verbas rescisórias a todos os trabalhadores e a ampliação do sistema de aposentadorias foram implementadas, o que lhe rendeu um enorme prestígio popular.

As condições para o desenvolvimento das massas operárias eram bastante favoráveis, sobretudo por que a crise econômica do período anterior havia derrubado as exportações argentinas e a industrialização do país se impôs para tentar substituir a dependência externa. Além disso, 1943 foi o ano em que, pela primeira vez na história argentina, o desenvolvimento do setor industrial superou o do setor agrícola.

Dois anos depois, Perón foi destituído de seu cargo e preso na esteira de mais um golpe militar. Anos depois, ficaria comprovado que o golpe foi encomendado sob medida pelo imperialismo norte-americano para interromper a ascensão do secretário Perón como figura popular. Naquela ocasião, Evita Duarte, que dias depois se tornaria esposa de Juán, acompanhada por lideranças sindicalistas e operários de toda a Grande Buenos Aires, saiu às ruas para exigir a libertação de Perón. A manifestação foi exitosa e o ex-militar foi solto ante uma manifestação que juntou cerca de 300 mil pessoas. Na defensiva, o governo militar prometeu que convocaria eleições.

Eleito em 1946 e reeleito em 1952, Perón realizou um governo típico da esquerda nacionalista.  Nacionalizou diversas empresas e manteve a política de valorização do trabalhador, atendendo a reivindicações históricas dos sindicatos. Folgas semanais, 13º salário, redução da jornada de trabalho e férias remuneradas. Na política externa, manteve boas relações com setores virtualmente antagônicos. Em plena Guerra Fria, tinha relações com os países da esfera de influência da União Soviética e os ligados ao imperialismo norte-americano. Além disso, era bastante próximo do ditador espanhol Francisco Franco, que chegou a asilá-lo nos anos seguintes.

Em  1955, após um violento golpe militar, Perón foi deposto dando início a um novo período de grande instabilidade no país. Após quase duas décadas no exílio, Perón manteve-se como figura política importante e influente na Argentina. Em 1973, retornou à Argentina e venceu as eleições com 60% dos votos.

Pouco tempo depois, em 1º de Julho de 1974, Perón faleceu, deixando no poder sua vice-presidente, Isabel Perón.

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