Na madrugada do dia 1º de Abril de 1964 dava-se andamento ao golpe militar que procedeu à derrubada do governo João Goulart (PTB) e inaugurou período de 21 anos de ditadura militar e terrorismo de Estado no Brasil.
Uma coligação de formas reacionárias executou o golpe de Estado. Os Estados Unidos e sua política externa de contenção do comunismo no hemisfério tiveram papel central no golpe, uma vez que conspiraram com os setores conservadores da sociedade, como a Igreja Católica, a burguesia nacional (FIESP), os latifundiários, os partidos burgueses e o Alto-Comando das Forças Armadas para derrubar o governo Goulart à força.
Com a consumação do golpe, começou a montagem de um poderoso aparelho de monitoramento, repressão, tortura e desaparecimento em massa e ocultação de cadáveres de opositores políticos. A esquerda foi banida do regime, obrigada a fugir do país ou enfrentar os porões sinistros da ditadura. Os agentes dos EUA e de outros países imperialistas vinham até o país e ministravam cursos de tortura e contra-insurgência aos militares brasileiros.
Os Departamento de Informações e os Centros de Informação e Defesa Interna (DOI-CODI) eram os aparelhos mais sofisticados de repressão política, comandados por militares do Exército, mas com participação ativa de membros da Polícia Federal, das Polícias Civis e Militares dos Estados. O Estado de São Paulo teve papel fundamental na montagem do aparelho repressivo com o pioneirismo da Operação Bandeirantes.
Até hoje há dezenas de milhares de desaparecidos e, de tempos em tempos, são descobertos novos cemitérios clandestinos da ditadura. Sabe-se que a cifra de assassinatos políticos é muito maior do que a divulgada, uma vez que os militares jogavam corpos no fundo do mar, incineravam cadáveres em usinas, falsificavam atestados de óbito. Há uma série de lacunas sobre o destino dos corpos dos guerrilheiros do Araguaia e as circunstâncias de seus assassinatos. Uma série de documentos são considerados secretos sobre o ocorrido.
Os fascistas dos tempos de hoje, adeptos fanáticos do bolsonarismo, são inspirados pelo exemplo dos torturadores da ditadura militar, com verdadeira veneração para um dos mais cruéis torturadores, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Em diversas ocasiões, Jair Bolsonaro prestou homenagem à memória de Ustra e propôs a comemoração do golpe de 1964.
Entre os generais das Forças Armadas, dentre eles o General Mourão, há uma verdadeira nostalgia dos tempos que eles assassinavam opositores políticos e ocultavam seus cadáveres, estupravam as mulheres presas e vendiam seus filhos, censuravam a imprensa e as universidades, perseguiam professores e estudantes, baniam os partidos de esquerda da vida política e intervinham nas organizações operárias.
Os fascistas daqueles tempos são os mesmos de hoje.