Louis-Auguste Blanqui foi um revolucionário, socialista francês, nascido em Puget-Théniers, na região administrativa da Provença-Alpes-Costa Azul, em 8 de fevereiro de 1805, em Paris. Faleceu em 1º de janeiro de 1881.
Teve intensa atuação nas lutas operárias, especialmente no período que vai de 1827 a 1881 na França, segundo André Marty, numa época do desenvolvimento do regime capitalista na França e da formação do proletariado como classe. Disputa que se deu também com todas as ideias socialistas, marxistas, proudhonianas e utópicas.
De 1827 a 1° de janeiro de 1881, quando de sua morte, Blanqui jamais deixou de lutar. Esteve na prisão 37 anos e meio, foi condenado à morte três vezes, recebendo então comutação para prisão perpétua.
Contudo, mesmo após longos anos de prisão, nem as condenações à morte abalaram sua firmeza. Um de seus lemas principais era:
“Paciência sempre, resignação nunca.”
Apesar de não ser partidário do socialismo científico (marxismo), Blanqui era bastante considerado por Marx. Em 12 de junho de 1879, Paul Lafargue escreveu de Londres, em seu nome e no de Marx:
“Não existe outro homem em nosso século contra quem a burguesia pudesse desencadear todas as tempestades de suas calunias e de suas perseguições durante mais de 40 anos sem o abalar.”
Durante sua militância, Blanqui enfrentou-se contra a violência do Estado burguês em suas várias formas: monarquia, império e mesmo a “república”, que expressavam o mesmo regime econômico e social: o capitalismo.
Neste sentido, opôs-se ao regime de Luis Filipe, da aristocracia financeira no poder, à República burguesa conservadora de 1848, a Luis Bonaparte e mesmo à 3ª República, dos Versalheses, fruto do sangue dos trabalhadores de Paris.
Contemporâneo da plena ascensão do capitalismo na França, durante a revolução industrial no momento da propagação prodigiosa da máquina a vapor e do consequente desenvolvimento da grande indústria na França. A principal contribuição de Blanqui para a história de lura do movimento operário, revolucionário, foi defender a luta de classes como método.
Como relata Paul Lafargue na mesma carta acima citada:
“Já antes de 1848, enquanto estávamos ainda imersos nos sonhos utópicos dos primeiros comunistas, vós tivestes a honra de proclamar a luta de classes.”
Ou seja, Blanqui tinha uma posição materialista, opondo-se claramente às posições utópicas de sua época.
Auguste Blanqui se intitulava como “comunista”, exprimia a recusa dos proletários, os novos escravos, de se submeterem perpetuamente a exploração capitalista e à opressão do Estado capitalista. Foi responsável pela criação do jornal “A pátria em perigo”, após a queda de Napoleão III, em 1870, apoiar a resistência de Léon Gambetta.
Foi eleito deputado por Bordéus em abril de 1879, mas teve sua eleição invalidada pelo regime. Foi indultado e liberado em junho. Em 1880, lançou um novo jornal, “Nem Deus, nem soberano” (“Ni Dieu ni maître”), que dirigiu até à sua morte. Sua principal publicação, Crítica social, de 1885, é póstuma.
Auguste Blanqui deixou um legado de dedicação à libertação e emancipação do homem diante da máquina opressora e assassina do capitalismo. Sua vida e obra enfatizam a necessidade da luta pela revolução socialista.