A prefeitura de Campo Grande anunciou o retorno às aulas presenciais na rede municipal de ensino a partir do dia 18 de julho. Para o governo do oligarca Marquinhos Trad (PSD), a reabertura das escolas seria segura porque os mais de 15,2 mil trabalhadores da educação já estarão imunizados com ambas as doses da vacina, cuja primeira aplicação já teria sido administrada.
Ocorre que professores e demais servidores não correspondem a mais do que uma pequena fração da comunidade escolar, composta majoritariamente por estudantes. No caso da capital de MS, cerca de 110 mil jovens continuam fora do plano de vacinação e muito longe de estarem seguros dos efeitos mais nocivos do contágio. E sobre a vacinação dos estudantes campo-grandenses, nenhuma palavra do governo Trad, supostamente, um direitista “científico”, “civilizado”, entre outros epítetos comumente reservados aos setores mais poderosos da burguesia, como os latifundiários de MS representados pela oligarquia Trad.
Cumpre lembrar que a paralisação das atividades escolares, é ainda mais imperiosa para os estudantes, que em geral, pertencem aos setores mais pobres da sociedade. Um número enorme de jovens vivem em moradias precárias, imersos em um estado de pobreza com consequências terríveis à capacidade de resistir a um eventual contágio. E o que Marquinhos Trad faz ao determinar a volta às aulas é condenar essa parcela da população campo-grandense.
Considerando-se a característica média da família trabalhadora brasileira, composta por dois adultos e dois jovens, mas admitindo que os dois jovens estarão nos vetores de transmissão da pandemia que se tornarão as salas de aula, temos que cerca de 330 mil pessoas encontram-se diretamente ameaçadas com a reabertura das escolas. Afinal, os jovens voltarão para suas residências. É preciso considerar ainda que cerca de 200 mil pessoas circulam diariamente pelo mesmo transporte público que muitos desses jovens usarão para seus deslocamentos. Uma situação ameaçadora também ao conjunto da cidade.
A juventude campo-grandense não pode e não irá aceitar a política genocida de Marquinhos Trad. Mais do que nunca, a organização de comitês de luta dos estudantes, com a presença dos secundaristas, faz-se necessária para enfrentar a barbárie, exigir a vacinação da juventude e o “Fora Marquinhos”.