A imprensa capitalista decidiu comemorar os resultados positivos do setor agropecuário alegando que este ajudará a diminuir o rombo na economia e ainda será o fator de retomada para o país.
De fato o setor foi o único a apresentar um resultado positivo no PIB do primeiro trimestre, ou seja, antes da crise sanitária chegar completamente ao Brasil. A indústria e os serviços caíram e a agropecuária cresceu 1,9% na comparação com os três meses anteriores.
Na balança comercial as exportações do setor agropecuário geraram ganhos de US$ 6,7 bilhões entre janeiro e abril, sendo US$ 18,3 bilhões em embarques para o exterior e US$ 11,6 milhões em importações. Um aumento de 17,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A parcela do agronegócio nas exportações totais que era de 18,7% subiu para 22,9%.
Dentre os principais produtos do agronegócio, alguns superaram recordes de exportações nos quatro primeiros meses do ano. Foi o caso da soja (16,3 milhões de toneladas), farelo de soja (1,7 milhão), carne de boi (116 mil), carne suína (63 mil) e algodão (91 mil).
O continente Asiático, principalmente a China, respondeu por 47,2% dos embarques brasileiros, alta de 15,5% em relação ao mesmo período de 2019. A China busca renovar seu processo de criação de suínos, cujo produto importa principalmente do Brasil. Para tanto a soja é necessária e os produtores aproveitaram o preço das commodities e do dólar alto para faturar no mercado externo. A produção de soja deve chegar a 121 milhões de toneladas neste ano, de acordo com a Companha Nacional de Abastecimento (Conab) – alta de 6,7% em relação à última safra. A safra de grãos deste ano é estimada em 250 milhões de toneladas.
A segunda maior cultura, o milho deve passar de 100 milhões de toneladas, cereal que cujo destino é principalmente o mercado internacional. O produto do Brasil superou o dos EUA em volume de exportações, com 37 milhões de toneladas embarcadas, ante 35 milhões de toneladas do país concorrente.
O algodão, com safra recorde este ano (2,8 milhões de toneladas e 70% da safra já vendidos para o exterior), apresenta dificuldades na colheita. “A pandemia tem nos afetado agora, pois chegou no meio da lavoura, quando colhemos e beneficiamos a fibra”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Milton Garbujio. “Se continuar, teremos problemas de mão de obra”, afirma. Com indústrias têxteis fechadas pela baixa demanda no varejo o produto tende a se acumular nos estoques e exigir uma área de plantio menor na próxima safra.
Eis aqui um bom exemplo do que ocorre com o modelo de negócio dos golpistas; o país bate recordes na produção de matérias primas e produtos primários, porém não possui indústria nacional constituída para beneficiar o povo. Logo, há uma constante ameaça de quebra pela falta de desenvolvimento da indústria brasileira, constantemente atacada pela direita entreguista.