A pandemia causada pelo Covid-19 paralisou, à revelia do atual presidente Jair Bolsonaro, todo o País. Diante disso, escolas, universidades, locais de trabalho encerraram seus trabalhos para evitar a propagação do vírus. Várias instituições de ensino superior, no entanto, recorreram à Educação à Distância (EAD) para assegurar o cumprimento dos semestres.
No último dia 18, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a substituição de aulas presenciais das universidades federais por aulas à distância. A medida, publicada em portaria no Diário Oficial da União, tem validade de 30 dias ou enquanto durar a situação de pandemia.
Esse é o caso, também, de algumas universidades estaduais. Em artigo para o Jornal da USP, portal institucional de notícias da Universidade de São Paulo, a instituição estadual avisou o corpo discente e docente que as atividades migrar-se-ão para o ambiente virtual, tomando unicamente como medida “cartilhas” para auxiliar alunos e professores a organizar aulas à distância. A medida torna-se mais complicada diante da falta de estrutura para internet no Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (CRUSP), que abriga mais de 2 mil estudantes.
A decisão pelo EAD, no entanto, não deve ser analisada a partir de uma perspectiva de “medida emergencial” em defesa da pesquisa e da educação, mas a partir de um olhar amplo sobre os ataques dos governos estaduais e federal contra a educação, que vêm diminuindo a qualidade de ensino, realizando cortes e deixando a comunidade acadêmica ao relento há anos.
A quarentena recomendada diante do avanço da pandemia torna-se, nesse sentido, um subterfúgio para realizar o plano de destruição do ensino. Ensino à distância significa cortar orçamento e extinguir vários elementos essenciais à pesquisa e ao funcionamento da Universidade, implicando na demissão de milhares de funcionários e professores, além de diminuir a qualidade do ensino e a discussão acadêmica.
Tendo essa situação em mente, a juventude deve dizer não ao Ensino à Distância. A medida tomada pelo governo de Bolsonaro deve ser combatida por meio de uma grande mobilização da juventude e dos professores pelo “Fora Bolsonaro”.