Em 17 de julho de 1994 a Seleção Brasileira de Futebol conquistava seu quarto campeonato em uma Copa do Mundo.
Brasil e Itália se enfrentaram na Final. Os dois países ostentavam três títulos mundiais. Após um sofrido empate sem gols no tempo corrido, a partida foi para os pênaltis, consagrando a vitória brasileira por 3 a 2. A copa consagrou o Brasil novamente na dianteira do futebol mundial. A Itália só alcançaria o tetracampeonato em 2006 (quando o Brasil já era pentacampeão).
Na Seleção de 94 estavam nomes como Taffarel, Dunga, Bebeto e Romário. O título também foi marcante para o técnico Zagallo, um dos pouquíssimos a ganhar o copas mundiais como jogador (1958 e 1962) e técnico (1970).
Poucos anos depois, ao vencer a Copa América, Zagallo daria uma bronca em rede nacional, dedicando a vitória “àqueles que amam o Brasil, não aos que repudiam.” Com sua experiência, já tinha enfrentado todo tipo de sabotagem, desde a perseguição dos militares a jogadores “de esquerda”, até as alfinetadas da imprensa, que procura desmoralizar o futebol nacional, atendendo ao interesse de patrocinadores que lucram mais com o futebol europeu.
O povo brasileiro merece o respeito por esse importante patrimônio popular e cultural, que é o futebol nacional, o futebol arte. Nossos jogadores são admirados e respeitados pelos torcedores mundo afora. Nomes como Pelé, Romario, Ronaldo, Neymar são conhecidos por qualquer fã do esporte, seja no Japão ou no interior da África. A propaganda da mídia nacional, a mesma que escancarou golpes recentes a favor do imperialismo, a mesma que procurou vincular a camisa da seleção e a bandeira nacional aos elementos mais direitistas e reacionários do povo, visa enfraquecer o nosso futebol para abrir espaço às seleções europeias e baratear o passe dos nossos jogadores no mercado mundial.
Cabe à classe trabalhadora se apropriar do que é seu, e não largar este e outros importantes patrimônios nas mãos da burguesia. O futebol brasileiro é um bem cultural, um fator de coesão social, respeitado mundialmente, e deve ser tratado como qual. Um campo de luta democrática que reflete as próprias lutas de classe, e evidencia como a garra de gente pobre, descalça, consegue superar adversários ricos e bem alimentados.
Viva o futebol brasileiro!