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É proibido torcer para a Seleção Brasileira

A burguesia coloca em marcha na sociedade a campanha de que o pobre trabalhador é inferior. Segundo a ideologia burguesa, o trabalhador é um ser inferior pois precisa todos os dias vender sua força de trabalho para não morrer de fome e que portanto aqueles que não precisam disso seriam moralmente superiores. Uma ideologia que serve para justificar a escravidão a qual está submetida a classe operária. Mais ainda, ao se sentir inferiorizado, o trabalhador é mais facilmente dominado pela burguesia. A classe média nessa história cumpre o papel de correia de transmissão dessa ideologia. Ela, no “alto de sua pobreza”, trata o operário como inferior, convencida dessa falsa superioridade pelas migalhas a mais que a burguesia lhe oferece. Essa relação social e cultural entre as classes se reproduz em todos os aspectos da vida. Incluindo aí, com muita força, a cultura e, por consequência, o futebol.

A luta de classes não é um fenômeno meramente local. Ela se apresenta com muito mais força quando se trata de uma luta entre os grandes capitalistas imperialistas e os povos do mundo todo, ou mais precisamente entre a burguesia imperialista e a classe operária mundial. Engana-se quem pensa que a luta entre a burguesia e a classe operária dentro de determinado país é mais decisiva do que a luta de classes internacional. Na realidade, as lutas locais estão subordinadas às lutas gerais. Quem assiste ao processo golpista no Brasil sabe que não se trata de caso isolado mas do resultado de uma política que o imperialismo tomou em todo o mundo e que produziu golpes em dezenas de países.

Partindo do princípio, então, de que a burguesia precisa que seus explorados se sintam inferiorizados para facilitar seu domínio, exatamente essa mesma lógica ocorre na luta entre os países imperialistas e os países atrasados. O imperialismo precisa dominar culturalmente os países que quer dominar economicamente. Essa dominação não se dá apenas por meio da imposição de sua cultura sobre determinado povo, é preciso um trabalho de propaganda para desmoralizar a cultura genuína daquele povo de determinado País. É preciso convencer o povo de sua “inferioridade”.

É por isso que de modo geral o nacionalismo nos países atrasados é um fenômeno progressista e até mesmo revolucionário. E é aí que chegamos no caso do futebol brasileiro.

O futebol é, sem dúvida, o principal fenômeno cultural, de massas, que unifica o povo brasileiro. Isso aconteceu por vários aspectos históricos e de classe. Resumidamente: o futebol brasileiro é produto da luta da classe operária em geral, e particularmente do negro, para tirar da burguesia branca a exclusividade nesse esporte. E nessa luta, que se dá até hoje, o trabalhador foi vitorioso. Conseguiu se apropriar do futebol e a partir daí produzir uma transformação no esporte que é o que se reconhece no mundo todo como o “futebol arte” brasileiro. Ou seja, para que os trabalhadores e os negros pudessem se impor sobre a burguesia, foi necessário que se desenvolvesse um estilo de jogo muito superior tecnicamente a ponto de que resultasse numa transformação do simples esporte em um fenômeno cultural de massas, quase que um fenômeno artístico mesmo.

O resultado dessa luta intensa é tão superior que atingiu em cheio os países imperialistas que se viram obrigados a se adaptar ao futebol brasileiro. Mas essa luta intensa continua até hoje, a burguesia tenta controlar o futebol e tirar a classe operária do esporte.

E aí está o grande problema. Não é possível para o imperialismo suportar tal fenômeno tanto porque é preciso garantir os lucros gerados pelo futebol na Europa quanto porque o brasileiro não pode se sentir maior do que os brancos europeus e norte-americano. Isso é um perigo para a dominação imperialista.

É preciso convencer o brasileiro, então, de que seu futebol não é superior. Mais ainda, é preciso desmoralizar o futebol brasileiro. E qual a melhor maneira de fazer isso? Desmoralizando a Seleção Brasileira que é a representação do nosso futebol inclusive porque é justamente a Seleção que se enfrenta diretamente com os outros países.

Assim, a burguesia imperialista procura convencer o brasileiro de que tudo o que vem de fora é melhor. O bom jogador estrangeiro é sempre melhor do que o craque brasileiro, os nossos vizinhos argentinos são sempre melhores do que os brasileiros, os campeonatos europeus são sempre melhores do que os brasileiros, e assim por diante. Toda esta campanha, que vem de décadas e que tem se aprofundado, é montada cuidadosamente pelo imperialismo para que o povo brasileiro se sinta inferior e não ouse enfrentar com ar de superioridade os Países imperialistas: “aceitem calados a dominação, não se levantem nem mesmo no futebol”, diz o imperialismo. Tudo isso, claro, enquanto roubam nossos jovens jogadores.

Como dissemos, o nacionalismo nos países atrasados pode ser até mesmo revolucionário! Este é o perigo, esse é o motivo pelo qual o brasileiro precisa detratar o próprio futebol

Essa campanha penetra no brasileiro por meio da imprensa capitalista, que de maneira cínica e ardilosa finge torcer para o Brasil mas está a todo o momento fazendo campanha para os Europeus, e por meio da classe média, que também nesse caso cumpre o papel de correia de transmissão da ideologia imperialista. Essa classe média que é usada pela burguesia para dominar a classe operária, é também usada para espalhar a campanha contra o futebol brasileiro e a cultura nacional para dominar o País.

Por isso, de modo geral, a classe média de direita, os coxinhas, ri do futebol brasileiro quando este perde um jogo, gosta de futebol europeu e até mesmo de futebol americano. Usaram a camisa da Seleção nos atos de direita o que na realidade é uma maneira de macular a camisa.

E existe o outro lado da mesma moeda, a classe média de esquerda, a esquerda pequeno burguesa, que também contribui para a campanha imperialista contra nossa cultura. Com argumentos pseudo esquerdistas, encontra todos os motivos para atacar a Seleção e os jogadores brasileiros. Lutar pelo domínio do povo sobre o futebol e a Seleção, nunca! Mas fazer a propaganda fajuta de que os argentinos são melhores, de que nenhum jogador presta, de que são todos de direita e muitas outras ladainhas sem nenhum fundamento, isso sim. Os motivos não importam, o resultado da campanha, sim. Ninguém deixa de torcer pelo seu clube do coração porque os jogadores são de direita e a diretoria do time é “corrupta”, ninguém deixa de ouvir determinada música simplesmente porque o artista seria de direita. Pelo menos não em uma situação normal.

E a classe média – de esquerda e de direita -, no “alto de sua ignorância”, serve como correia de transmissão da campanha imperialista, que precisa convencer o brasileiro de que ele é um ser inferior, ou “macaquitos” como gostam de nos chamar alguns argentinos e os europeus.

Está proibido torcer para a Seleção e quem disse isso não foi o esquerdista de classe média que tem horror aos jogadores pobres que ficaram milionários por bater uma bola. Quem decretou isso foram os capitalistas, que querem dominar esse país, que agora mais do que nunca está sendo dado de presente para eles. E Bolsonaro, que foi fazer demagogia no título da Seleção, ele mesmo não gosta de futebol, é um norte-americano infiltrado no Brasil. Mas ao invés de sentirmos vergonha, nós iremos lutar para derruba-lo, porque a classe operária não é inferior, nem na política, nem no futebol.

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