O grande acontecimento político da última semana foi o pronunciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 7 de setembro. Seu pronunciamento foi bastante contundente, onde coloca algumas questões fundamentais do atual momento político. Entre outras coisas, ele denuncia o fato de que Bolsonaro está destruindo o Brasil, se colocando – nas entrelinhas – contra a política de controlá-lo, como defendida por um setor da esquerda. Mostrando-se, assim, a favor da política de “Fora Bolsonaro”, apesar de não declará-lo abertamente.
Outra questão fundamental denunciada por Lula, em seu pronunciamento, é o problema do imperialismo. Em sua fala, Lula faz duras críticas à submissão do atual governo brasileiro aos interesses estrangeiros, principalmente aos norte-americanos. É fundamental que todos compreendam esse problema para não se confundir sobre as forças políticas em jogo na atual situação. Hoje, não há mais como negar que o golpe de Estado dado em 2016 foi obra do imperialismo, sendo o seu principal objetivo a devastação da economia nacional.
No entanto, o aspecto mais fundamental de seu discurso é o fato de ele se colocar à disposição do povo brasileiro para travar uma luta contra a destruição do país, promovida por Bolsonaro e pelos golpistas. O caráter de importância desta colocação deve ser compreendido por todos os setores de esquerda do país.
Lula é a liderança mais popular do Brasil. Embora alguns setores da esquerda pequeno-burguesa digam que ele não é um verdadeiro líder popular, é inegável o fato de que não existe nenhuma outra liderança de massas no país atualmente. Sua figura unifica todos os movimentos populares, arrasta uma enorme quantidade de pessoas consigo e tem uma presença extraordinária. É surpreendente que uma parte da esquerda prefira se aliar com golpistas, na política da “frente ampla”, em vez de se agrupar em torno da figura de Lula. O correto seria se aliar com uma liderança popular, cuja política – mesmo não sendo revolucionária – é capaz de realizar uma mobilização na luta contra os capitalistas e contra o imperialismo. A utilização de Lula na luta contra o bolsonarismo é uma solução mais efetiva na luta contra Bolsonaro. A política de “Frente Ampla”, levada adiante por um setor da esquerda, é – na verdade – uma enganação que irá beneficiar somente a direita tradicional e os golpistas.
Embora não se deva ter a ilusão de que as eleições serão vencidas por Lula e – como num passe de mágica – os problemas todos irão se resolver, o Partido da Causa Operária lançou a proposta de unificar toda a esquerda em torno da candidatura de Lula para a presidência nas eleições de 2022. Esta política é proposta não simplesmente de um ponto de vista eleitoral, mas sim como o impulsionamento de uma mobilização que procure pressionar o regime político a permitir a candidatura de Lula. Mesmo que uma parte da esquerda e da população embarque nessa campanha por Lula presidente por ter ilusões nas eleições, a sua ação terá um efeito revolucionário.
A política defendida pelo Partido da Causa Operária é de utilizar a luta pela candidatura de Lula, em 2022, como um fio condutor da mobilização popular no país, agregando essa pauta na luta pelo “Fora Bolsonaro”. Seria uma forma de colocar o “Fora Bolsonaro” dentro do ambiente das eleições. Afinal, o Lula é o único candidato capaz de fazer frente a ele e à direita nas eleições presidenciais. Portanto, a luta começa já! Deve ser por Fora Bolsonaro e Lula Presidente em 2022!