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Educação e pandemia

É preciso uma mobilização nacional contra a volta às aulas

Para salvar os lucros dos capitalistas, golpistas como Doria e Bolsonaro querem a volta às aulas "morra quem morrer", independente do povo ter vacina e a pandemia ter sido superada

Fevereiro começa em meio a 223 mil pessoas mortas por coronavírus no País (apenas segundo dados oficiais) e uma média móvel superior a mil óbitos por dia, isto no país que é o segundo em número de mortos no mundo e que não vacinou nem 2% da população, a volta às aulas presenciais. Professores, funcionários, estudantes e pais, que serão afetados diretamente, opuseram-se a essa política, defendendo que só ocorra volta às aulas com a vacina e com o fim da pandemia.

Em São Paulo, o estado mais atingido pela pandemia, o governador João Doria (PSDB), decretou que as aulas presenciais voltem no próximo dia 8 de fevereiro, num momento em que o estado tem mais de 52 mil mortos. A medida, que sempre teve o apoio do governo federal, é acompanhada por governadores e prefeitos de todo o País.

Enquanto isso, a imprensa burguesa, de forma totalmente cínica, atribui a Doria a qualidade de governador “científico” e defende a necessidade da volta às aulas, fazendo demagogia com os estudantes e pais, os quais nunca defendeu. Nos telejornais da Rede Globo, por exemplo, são destacadas as dificuldades dos empresários da Educação, que estão indo à falência durante a pandemia, bem como os “investimentos” em segurança para permitir a volta às aulas.

Em São Paulo, as matrículas de crianças de 4 a 6 anos na rede municipal cresceram 73% em julho de 2020. Tendência que tem ocorrido por todo o país, onde diante da crise capitalista, os pais tiram seus filhos das escolas particulares e os colocam nas públicas. Essa situação também se aplica ao ensino superior.

Ou seja, há uma enorme campanha unificada dos capitalistas, expressa nos governos golpistas e na imprensa burguesa, para impor a volta às aulas. Tudo isso no País que começou a campanha de vacinação com doses importadas, que poderão acabar antes mesmo da produção da vacina em massa começar no País, dada a falta de insumos.

Neste sentido, a campanha pela volta às aulas tem como mensagem implícita um pedido para que a população acredite que estes mesmos governantes, que não fizeram nada diante da pandemia, que esses criminosos, como Bolsonaro e Doria, que não deram à população as condições de combater a pandemia, sabe-se lá por qual motivo, preparariam as escolas para enfrentar o coronavírus. É uma tentativa de domesticar dezenas de milhões de professores, estudantes, funcionários e pais – que sofrerão as consequências desta política – através da crença nos governantes.

Este ponto ilustra porque essa campanha reacionária e genocida pela volta às aulas tem como cúmplices setores da esquerda. Ao invés de lutar contra as duas facções da burguesia, expressas na extrema direita (de Bolsonaro) e na direita tradicional (de Doria), esses setores resolveram embarcar na campanha “em defesa da ciência, da vacina, do Butantã, do SUS” e apoiaram Doria, legitimando a farsa da campanha de vacinação.

Esta política de conciliação com a direita golpista tem como resultado confundir e desarmar os trabalhadores num momento crucial como este, em que os golpistas ameaçam a vida de dezenas de milhões de pessoas com a volta às aulas.

Isso tudo para apoiar uma política que tem como base material a perda de dinheiro por parte de um amplo setor capitalista. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a paralisação da Educação no mundo todo, resultou em perdas equivalentes a 1,5% do PIB mundial. Logo, apesar de não ser um setor industrial, a Educação dá uma contribuição significativa para a economia mundial, pois também movimenta outros setores, como o caso dos transportes, por exemplo.

Os professores, estudantes, funcionários e pais, bem como a população de conjunto, não tem que pagar a conta da crise capitalista. Se os capitalistas estão quebrando, é responsabilidade do próprio sistema capitalista, que está em decadência total e não consegue superar a própria crise, agravada pela pandemia.

Há ações isoladas contra a volta às aulas, como atos, em São Paulo, categorias entrando em greve, como no Paraná. No entanto, elas não dão conta de enfrentar e derrotar a direita, que controla o judiciário e tem o apoio da imprensa – vide Tribunal de Justiça de São Paulo ter se colocado à favor de Doria e do seu decreto de volta às aulas. Por isso, na próxima semana, quando a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) fará um seminário nacional, tendo como eixo problemas pedagógicos, é preciso colocar que a questão central deve ser a organização de uma luta unificada contra a política criminosa da volta às aulas, liderada por Doria em conluio com Bolsonaro e toda a direita. É preciso uma campanha nacional que defenda que as aulas só retornem após o fim da pandemia e com vacina.

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