A aproximação do dia 15 de março coloca para a esquerda nacional e o conjunto das organizações de luta dos trabalhadores e das massas populares uma questão de extrema importância não só para o desenvolvimento da luta de classes no País, como, no plano imediato, o enfrentamento à extrema direita e ao bolsonarismo.
O presidente fraudulento e o núcleo mais reacionário e direitista do regime (generais golpistas, extrema direita parlamentar e uma parte da população ‘cada vez menor’ que hipoteca apoio à Bolsonaro) veem confirmando a realização dos atos de apoio ao governo e pelo fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, marcados para o próximo domingo, dia 15 de março. Embora tente dissimular, o fato é que Bolsonaro apoia a realização da manifestação golpista, irmanado com a malta reacionária do regime e o núcleo abjeto de bolsonaristas que habitam o submundo das redes sociais.
Do lado da esquerda e dos movimentos sociais de luta, dos trabalhadores do campo e da cidade, a situação nunca esteve tão favorável para lançar uma ofensiva contra Bolsonaro e os golpistas. Em primeiro lugar, do ponto de vista das condições objetivas, o governo está completamente vulnerável, debilitado, sem rumo e desorientado. No plano das condições subjetivas há todo um clima a favor dos explorados e das massas populares, colocando para as direções das diversas organizações de luta dos trabalhadores a necessidade de organizar e deflagrar um amplo movimento nacional que venha a emparedar Bolsonaro e o conjunto do regime burguês-golpista, colocando como reivindicação central a derrubada do governo.
As manifestações ocorridas no carnaval e agora por ocasião do dia 08 de março, onde mais uma vez milhares de trabalhadoras e trabalhadores foram às ruas para exigir o fim do governo fascistóide, reforça a caracterização segundo a qual todas as mais favoráveis condições estão colocadas para uma ampla ofensiva contra o governo. Neste momento, o obstáculo que impede o enfrentamento das massas com o governo de extrema direita é a política da esquerda nacional e das direções do movimento de luta dos trabalhadores, que insistem em se colocar na contramão das tendências de luta presentes na maioria da população.
O bolsonarismo irá às ruas no dia 15 próximo e para se opor a esta provocação direitista, golpista, a resposta da esquerda e das massas populares precisa ser a mais contundente e letal possível. Desta forma, a ofensiva da extrema direita deve ser respondida com altivez e determinação por parte dos trabalhadores, em primeiro lugar das direções do movimento operário, popular e estudantil. O desejável seria a realização de atos no próprio dia 15, para que houvesse uma oposição decidida e frontal aos intentos golpistas da extrema direita, levantando como bandeira central o “Fora Bolsonaro”, o que significa uma política independente de todas as variáveis burguesas e pequeno-burguesas. Portanto, as manifestações do dia 14 e do dia 18 devem assumir um caráter de claro enfrentamento e confronto com o governo golpista, o bolsonarismo reacionário e os generais fascistas.
Neste sentido, insistimos que a convocação deve ser chamada para o dia 15 de março, dia nacional de mobilização e luta contra as ameaças e o golpe anunciado por Bolsonaro e os generais palacianos. Nenhum apoio às instituições golpistas-bolsonaristas (Parlamento e STF), pois foram e são apoiadoras do golpe e dos ataques contra a população pobre e explorada do País. A bandeira a ser erguida e a consigna a ser levantada em todos os atos deve estar centrada em torno do “Fora Bolsonaro; Fora todos os golpistas; Por novas eleições gerais, com Lula candidato.