No dia 16 de julho, uma militante transexual do PSOL foi sequestrada e agredida na Zona Leste da cidade de São Paulo.
Segundo relatos que ela prestou à polícia, os atacantes eram dois homens armados dentro de um sedan, que a obrigaram a entrar no carro.
No interior do veículo, a militante foi agredida e ameaçada, depois os homens pararam o carro e começaram a espancá-la. Finalmente, ela conseguiu escapar e fugir. Ela teve o celular roubado e foi socorrida na rua por pedestres, que a levaram a um pronto-socorro.
O PSOL divulgou nota denunciando o caso, na qual diz: “O PSOL afirma que o ocorrido, sem precedentes, configura crimes gravíssimos motivados por razões políticas e transfóbicas. Criminosos que o praticam são movidos pelo ódio e conduta assassina, de cunho fascista, e têm por objetivo intimidar militantes como a companheira e o conjunto da militância de um partido de esquerda coerente e reconhecido pela sociedade, como o PSOL. Tais pessoas e seus possíveis mandantes não apenas não terão êxito nesses objetivos, como terão de responder criminalmente por seus atos, pois o partido não permitirá que o caso passe impunemente.”
Sem dúvida nenhuma trata-se de um ataque fascista, de bolsonaristas, absolutamente brutal e criminoso. Um ataque claramente por motivos políticos por se tratar de uma militante de esquerda, e sociais, por ser uma pessoa transexual, de uma camada das mais oprimidas dentro da sociedade. Ou seja, um típico ataque fascista.
Entretanto, não se pode acreditar que ações na justiça resolverão a onda de ataques da extrema-direita contra a esquerda e os setores explorados da população. Os grupos fascistas nunca foram realmente combatidos pelo judiciário, em nenhum país do mundo e em nenhum momento da história. A polícia também nunca protegeu a população dos ataques da extrema-direita, pelo contrário, age em conluio com esta e muitos elementos que integram os corpos fascistas são provenientes dos órgãos de repressão do Estado.
Desde o início do golpe que derrubou Dilma Rousseff e, particularmente, com a ascensão de Bolsonaro, a extrema-direita frequentemente provoca ataques contra militantes de esquerda, mulheres, negros, LGBTs, trabalhadores, camponeses e, principalmente, grupos que estão à margem da sociedade, por serem mais vulneráveis e desorganizados.
Para combater e contra-atacar, é preciso que esses setores da população se organizem e se unam, entre si e na luta geral contra a direita e o golpe. Somente uma luta real, formando comitês de autodefesa e comitês de luta contra o golpe, organizando-se junto aos movimentos populares, poderá fazer com que esses setores impeçam os ataques fascistas e coloquem a extrema-direita em seu lugar.