Os capitalistas proprietários da Ford, por conta de má gestão deles mesmos, resolveram que irão fechar a fábrica em São Bernardo do Campo, em São Paulo, em uma ação que deve ser a tônica nos metalúrgicos do Brasil inteiro.
Eles não se preocupam nem minimamente com o emprego dos milhares de trabalhadores da empresa, e, independente do que pode ser argumentado judicialmente, anunciam o fechamento da empresa, passando por cima dos direitos mais elementares dos trabalhadores.
Alguns sindicalistas tentam apostar as fichas nas negociações, quando está claro que a empresa não tem interesse de negociar nada com os trabalhadores e só deve responder na medida em que aumente as manifestações dos trabalhadores contra o fechamento da empresa, como foi visto nesta semana.
É preciso se utilizar de uma ferramenta tradicional do movimento operário diante de um problema como este da Ford: a ocupação da fábrica, dos postos de trabalho, do chão de fábrica à administração. Se eles, capitalistas, não possuem capacidade de levar a fábrica adiante, os trabalhadores, sim, sabem como tocar a empresa, da mesma forma que o fazem todos os dias.
Trata-se de expropriação sem indenização e administração pelos trabalhadores. Os trabalhadores não devem deixar os capitalistas fecharem a fábrica. Os trabalhadores devem controlar a produção. Se os capitalistas e seu regime político negam aos trabalhadores até mesmo o direito ao emprego, os trabalhadores devem garantir esse direito.