A crise política nacional alcançou um novo patamar com a desesperada tentativa bolsonarista de utilizar a extrema-direita; os cães fascistas, na luta política direta, diante do esgotamento de seu governo e do regime político surgido do golpe de Estado de 2016.
A extrema-direita está sendo organizada para servir de base de apoio para o soerguimento de uma ditadura fascista, ou seja, capaz de superar pela violência as contradições e interesses conflitantes no interior do Estado, assim, e, nesse momento, principalmente, como base social para enfrentar os setores dissidentes, descontentes ou vacilantes burguesia em relação ao governo e a saída ditatorial. Essa luta aberta entre os setores da classe dominante é o auge da divisão do bloco golpista.
O governo e a cúpula das Forças Armadas, como é sabido, impulsionam um ato da extrema-direita que exige o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, ou seja a ditadura como saída para a crise política e econômica. A farsesca “Marcha sobre Roma” brasileira está marcada para 15/03/2020. O governo golpista de Bolsonaro sempre apresentou abertamente essa saída como solução da crise do regime político brasileiro, contudo, não conseguiu unificar a burguesia em torno dela. A farsa do dia 15/03 fez dividi-lá ainda mais.
Os setores da burguesia golpista que temem esse tipo de aventura neste momento, não por considerações democráticas, mas por medo da reação popular e da crise que esse movimento suscitará, atacaram o governo. Ouviu-se mesmo a palavra Impeachment ecoar na imprensa capitalista e nos meios parlamentares.
O governo ficou acuado com os ataques e teve de recuar, tentou cinicamente separar-se do ato fascista e aumentou a própria crise e desmoralização. O ato mais parece um momento de acúmulo de forças da extrema-direita do que um golpe fascista com data marcada, porém não se pode em absoluto subestimar o risco. Seja como for é preciso barrar a ofensiva da extrema-direita nas ruas e pelo meios que forem necessários.
As organizações operárias e populares chamaram uma ato para o dia 18 de março, ato que nos somaremos e convocamos a todos, mas é preciso salientar que é de fundamental importância que o ato seja mudado ou um novo ato convocado para o dia 15, para varrer das ruas a escória fascista de volta para o esgoto de onde não deveria ter saído.
Outro elemento central a se destacar é que a proposta política, nesse momento de divisão e confusão nas fileiras dos inimigos de classe. É preciso intervir na situação política com uma proposta independente, proposta que atenda os interesses da classe trabalhadora e do povo, na qual se identifiquem e que possam se organizar por detrás dela.
Um ato em defesa de reivindicações parciais não pode arrastar as massas de milhões de trabalhadores massacrados pela política econômica do governo, dos camponeses pobres perseguidos e assassinados pela polícia e pelos latifundiários com a proteção do governo, da população negra oprimida, perseguida e assassinada pela pelas forças de repressão através chamada “politica de segurança publica”, etc,.
O ato deve ser um movimento pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas! eleições gerais já! Essas palavras de ordem simples condensam todas as lutas parciais de todos os setores oprimidos elevando-as a um nível superior, ou seja, a luta pelo poder. Somente a luta pelo Fora Bolsonaro, nesse momento, pode criar um movimento do povo capaz de ser vitorioso contra toda a burguesia e seu aparato estatal.
