As gigantescas mobilizações do último dia 15 de maio, as quais reuniram diversos setores e movimentos populares, demonstraram o total e completo repúdio da população ao governo fraudulento de Bolsonaro. As manifestações expressaram nas ruas a tendência, já manifestada antes no carnaval, do povo sair às ruas contra o governo ilegítimo de extrema-direita.
É preciso deixar claro que as mobilizações do dia 15 de maio foram decorrência do processo de luta que vinha se desenvolvendo no período anterior, ou seja, à partir da ofensiva golpista da direita contra o governo de Dilma Rousseff.
Apesar da maior parte dos setores de esquerda procurarem ocultar este fato, apresentando as mobilizações como algo “novo” na situação política, ou deixando de lado o verdadeiro caráter político das manifestações, dando destaque para aspectos parciais do movimento – a luta contra os cortes, contra a reforma – fato é que a manifestação da quarta-feira passada (15) se dirigiu diretamente contra o governo Bolsonaro e contra o próprio golpe de estado.
Assim como aconteceu no carnaval, a palavra de ordem mais ouvida em todos os cantos do país foi Fora Bolsonaro. Da mesma forma, a defesa da liberdade do ex-presidente Lula foi ampla. Nesse sentido, as manifestações do último dia 15 não foram simples mobilizações em defesa de reivindicações parciais, foram gigantescas mobilizações políticas contra o atual governo golpista e o golpe de estado.
A esquerda-pequeno burguesa, todavia, como já dissemos antes, procura camuflar este fator decisivo, reduzindo a mobilização a questões econômicas, parciais e restritas. É preciso deixar claro que essa política levada adiante pela esquerda, na prática, é uma capitulação à direita golpista, à fraude eleitoral e uma tentativa de adaptação ao próprio bolsonarismo.
Para que as mobilizações do último dia 15 possam, de fato, levar a uma derrota definitiva do governo golpista de Bolsonaro e do próprio golpe de estado, é preciso impulsionar a perspectiva política ampla do movimento, ou seja, “Fora Bolsonaro e todos os golpistas“.
Para levar adiante esta luta é necessário fortalecer e ampliar os comitês de luta contra o golpe em todo o país. O trabalho de agitação e propaganda feito pelos comitês no período anterior foi de fundamental importância para o esclarecimento político de todos os setores populares, fato que ficou comprovado nas mobilizações do dia 15, no repúdio ao golpe de estado visto nas ruas de todo o país.
Nesse sentido, a tarefa desempenhada pelos comitês de luta contra o golpe é de fundamental e ainda maior importância na na atual etapa. Desenvolver, ampliar e organizar os comitês de luta contra o golpe é a tarefa de todos aqueles que se colocaram desde o início contra a derrubada do governo de Dilma Rousseff pela direita em 2016, contra a prisão do ex-presidente Lula e sua exclusão arbitrária do processo eleitoral de 2018. É necessário que os comitês impulsionem a luta pelo “Fora Bolsonaro” e pela “Liberdade de Lula”.