O resultado das fraudulentas eleições encerradas no último domingo, nas quais a vitória da direita só se tornou possível graças à condenação sem provas, prisão ilegal e cassação arbitrária do único candidato com apoio popular, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; impôs o resultado, parcialmente desejado pelos donos do golpe: a eleição de um candidato súdito do imperialismo e do grande capital “nacional” que busque impor o aprofundamento dos planos de ataque ao povo brasileiro (maiores cortes nos gastos públicos, apresentados como “redução déficit”; privatizações, fim das aposentadorias para a imensa maioria dos trabalhadores; eliminação de direitos dos trabalhadores etc.) e uma maior destruição da economia nacional em favor dos grandes monopólios internacionais.
O resultados das eleições por eles fabricado e apresentado, mesmo com toda manipulação e fraude, mostrou que essa política não tem, é claro, o apoio da maioria do povo brasileiro. Ainda que a direção da esquerda tenha capitulado, inúmeras vezes, nesse processo, começando com a desistência da candidatura de Lula, diante das decisões legais do judiciário golpista e das ameaças de golpe de militar, dos chefes militares que apoiaram o golpe de estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, assumiram o controle das principais postos do governo Temer e até do judiciário (onde nomearam um general, ex-comandante do Estado Maior das Forças Armadas, para assessor especial da presidência do STF), a direita obteve menos de 40% de apoio eleitoral, ou seja, mais de 60% dos eleitores não votaram na chapa do golpe militar, Bolsonaro-Mourão.
Após as eleições, ficou ainda mais evidente o caráter artificial e minoritário do apoio à direita. Sua eleição foi comemorada apenas por uma pequena parcela de setores desiludidos da classe média e burguesia e setores muito minoritários iludidos pelas manobras eleitorais e falsificações realizada pela direita no processo eleitoral. A “festa’ da direita se limitou aos tradicionais locais de concentração dos covinhas, como a Av. Paulista, a Barra da Tijuca e Copacabana (no Rio), a praia da Boa Viagem (Recife) etc.
No dia seguinte, ao da proclamação dos resultados, organizações direitistas convocaram manifestações de apoio a Bolsonaro e algumas das principais universidades do País: a USP e a UNB. reuniram meias dúzia de “militontos” que foram colocados para correr por centenas de estudantes que gritavam “fora Bolsonaro”.
Eles só tem “força”, no jogo sujo e controlado das eleições e nas ações covarde que realizaram contra mulheres, homossexuais, negros e lideranças populares que atacaram de forma covarde. Quando os explorados se organizam e se juntam, eles correm.
Eles vão buscar impor seus planos contra o povo, por todos os meios. Vão se submeter ainda mais ao imperialismo. Se preciso, intensificarão a ditadura que já impuseram desde a o golpe de estado, em 2016, incluindo, a possibilidade concreta de um golpe militar.
A situação também comprovou à exaustão que o caminho para derrotar Bolsonaro e todos os golpistas, não é o do conciliação com setores que apoiaram o golpe e ajudaram – dia fato – a eleger a chapa do golpe militar; tampouco há saída por dentro das instituições do regime golpista, como o judiciário e o legislativo. Esse, a partir de 2019, terá uma composição ainda mais reacionária, com dezenas de militantes e integrantes dos órgãos de repressão e consorciados, eleitos nas eleições fraudulentas nessas que foram as eleições mais fraudulentas das últimas décadas.
A única alternativa real para enfrentar essa situação é organização e mobilização independente dos explorados e de suas organizações. Para impulsionar essa mobilização é fundamental ampliar o número e a atividade dos comitês de luta contra o golpe, pela liberdade de Lula. É preciso reunir todos esses comitês e unificar a atividade da esquerda que lutou e quer contra o golpe, para levantar a mobilização de todas as organizações de luta dos trabalhadores e da juventude, da cidade e do campo, para derrotar, nas ruas, como os métodos próprios de luta dos explorados, o golpe de Estado.