Uma matéria publicada pelo Blog do Ismael no último dia 5, deixa claro a política oportunista e de compromisso com a direita e a extrema-direita golpista levada a cabo por setores da esquerda. A matéria cita uma declaração do líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, o deputado de São Paulo pelo partido, Orlando Silva. Este critica a unidade da esquerda em torno de uma candidatura única para a presidência da Câmara, afirmando que não irá acontecer, ao mesmo tempo em que o deputado procura costurar novamente um acordo de seu partido com o golpista Rodrigo Maia do DEM, atual presidente e que será apoiado em sua reeleição pelo PSL do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro.
A Frente foi organizada pelo PCdoB, junto ao PDT de Ciro Gomes e do PSB dos Campos (PE), Márcio França (SP) e Rollemberg (DF), excluindo a participação do PT. Vale destacar ainda que ao contrário do PT e até mesmo do PSOL, que decidiram boicotar a posse do presidente ilegitimo Jair Bolsonaro, os partidos que compõem a Frente Democrática, como o PDT e o PSB compareceram. . Mesmo que o próprio PCdoB não tenha comparecido ao evento, o fato não se motivou por um “boicote” à posse, mas a uma “decisão política de não ir”, como dito por Jandira Feghali.
Nesse sentido, a aproximação de Orlando Silva do PCdoB, com Rodrigo Maia do DEM na Câmara revela o verdadeiro objetivo da chamada “Frente Democrática”. Trata-se de fazer uma oposição moderada ao governo Bolsonaro, o que na prática nada mais é do que dar sustentação a um governo que é fruto do golpe de estado contra Dilma Rousseff em 2016, da prisão sem provas e da exclusão das eleições do principal candidato, o ex-presidente Lula, ou seja, fruto da fraude.
Vale lembrar também que a política de aproximação do PCdoB com o DEM não é nova. Após o golpe contra Dilma em 2016, o PCdoB apoiou a candidatura golpista de Maia para a presidência da Câmara em 2017. Agora, a organização de uma frente com partidos golpistas, sem a participação do PT, e o possível apoio do PCdoB a Maia novamente, evidenciam a política destes setores da esquerda golpista, que junto com a ala direita do PT querem virar a página do golpe e e chegar a um acordo com Bolsonaro.
A realidade demonstra, no entanto, que não será por meio das instituições que o governo Bolsonaro será derrotado, ainda mais com esta política de total capitulação levada a diante pela esquerda. É necessário mobilizar nas ruas, por meio da organização dos comitês de luta contra o golpe, impulsionando a campanha junto a população pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas” e “Liberdade para Lula”.