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É possível defender a Amazônia com o governo Bolsonaro?

O governador Flavio Dino recém eleito para o consórcio da Amazônia quer se aproximar do vice presidente Mourão para "defender" a Amazônia

No dia 21 de dezembro, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), foi eleito presidente do Consórcio Amazônia Legal, formado pelos nove estados que compõem a região (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins).

Nem mesmo tomou posse, Flávio Dino já anunciou que vai buscar uma aproximação com o vice-presidente ilegítimo General Hamilton Mourão (PRTB). Como se o próprio anúncio da “aproximação” não bastasse para ser criticado, Dino ainda afirmou que faz isso porque possui um “excelente diálogo” com o vice-presidente da República. “Diante das resistências do governo federal em lidar com as pressões externas pela preservação, os Estados podem ajudar a restabelecer a confiança no cenário internacional. Nossa participação pode significar uma convergência mais ampla”, afirmou o governador do Maranhão.

Neste artigo vamos procurar mostrar que não há a mínima possibilidade de salvar ou desenvolver a região Amazônica sem derrubar o governo golpista de Jair Bolsonaro e toda a direita golpista que o colocou de maneira fraudulenta na presidência da República.

Um primeiro fato que tem que ser colocado é que a um dos setores que formam a base social do governo Bolsonaro são os latifundiários, um setor que vive da grilagem de terras públicas, e que há anos estão articulando contra a legislação ambiental e avançam sobre a região Amazônica.

Não é por acaso que durante seu governo os números de incêndios florestais, desmatamento e grilagem de terras aumentaram exponencialmente, inclusive muito mais que os registrados no governo do golpista Michel Temer.

O vice-presidente General Mourão é um dos responsáveis pela implementação desse plano dos latifundiários na região Amazônica. Foi um dos articuladores para a retirada de governos estaduais que foram a Amazônia Legal, organizações não-governamentais e representações dos trabalhadores e comunidades tradicionais do Conselho da Amazônia, órgão responsável por discutir o desenvolvimento da região e da conservação dos recursos naturais, e colocar em suas representações somente militares.

Além disso, foi um dos articuladores e coordenador da aplicação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) na região Amazônica desde 11 de maio deste ano para supostamente combater o desmatamento ilegal e focos de incêndio na Amazônia Legal, que está em vigor até os dias de hoje.

Essa medida colocou os órgãos ambientais e de fiscalização nas mãos dos militares. Essas ações eram planejadas e executadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Mas agora, nas mãos dos generais, policiais, e dos latifundiários.

Após a implantação da GLO os números de queimadas, desmatamento e grilagem de terras disparou e aumenta a cada mês. Dados recentes divulgados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) expõem o quadro dramático da situação do desmatamento na Amazônia e as consequências das queimadas no Pantanal. A taxa oficial de 2020 é de 11.088 Km², a maior observada desde 2008. apresentando alta de 9,5% em comparação com o ano de 2019. Os dados alarmantes evidenciam um crescimento de 70% no aumento da destruição ocorrida na região. Para termos uma ideia do que isso representa, de 2009 a 2018, a média apurada foi de 6.500 Km² por ano. Dados oficiais apontam que de janeiro a novembro deste ano, foram destruídos pelas chamas 116.845 km² do território da Amazônia e do Pantanal, área equivalente a quase três estados do Rio de Janeiro.

Além do próprio Jair Bolsonaro e do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, um dos responsáveis por essa situação foi o vice-presidente Mourão. Isso porque através do controle das operações de combate ao desmatamento e a grilagem de terras nas suas mãos, conseguiu esconder e proteger os latifundiários responsáveis por toda essa barbárie e roubo de terras sem que se encontrassem os culpados.

Essas operações ficaram conhecidas por alertar os madeireiros e latifundiários das operações e quando a fiscalização chegava nos locais, não havia ninguém e as apreensões eram de algumas motosserras velhas, motos e veículos em condições deploráveis, ou seja, apenas operações de figuração.

A aproximação de Flavio Dino com o general Mourão para defender a Amazônia somente pode resultar em mais desmatamento e mostrar que dentro do governo Bolsonaro existem pessoas sensatas ou que podem ajudar na defesa da Amazônia. Neste segundo caso é limpar a barra dos culpados pelo desmatamento e grilagem de terras públicas na Amazônia.

O general Mourão está alinhado com o setor mais atrasado do país e responsável pela destruição dos recursos naturais e violência contra os povos indígenas, comunidades tradicionais e trabalhadores sem terra da região. Se aproximar de Mourão é se aproximar dos latifundiários e assassinos do campo que não querem desenvolver a região e sim grilar terras em detrimento dos trabalhadores do campo.

É preciso ficar claro que não há divergências entre Mourão e Bolsonaro nessa questão da Amazônia. A única possibilidade de mudança na política para a Amazônia não é o convencimento de elementos da extrema direita e sim a mobilização dos trabalhadores para derrubar Jair Bolsonaro e toda a corja golpista do governo e da direita ‘civilizada’.

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