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Dupla jornada: mulheres trabalham 10 horas a mais do que homens

Como é perceptível, a desigualdade entre homens e mulheres é milenar. As práticas de opressão e exploração a elas foram, porém, aperfeiçoadas pelo capitalismo. Esse sistema, que é notoriamente marcado pela falta de equidade entre os gêneros, coloca a mulher em situação de escravização social através das atividades domésticas.

As mulheres desempenham um importante papel na economia. Sua condição de escravização social faz com que sua jornada de trabalho seja dupla. Ou seja, além da atuação no mercado, com cargos e empregos mais desvalorizados que os homens, juntamente a menores salários, ainda são obrigadas a cuidarem de seus respectivos lares, cuidarem dos filhos, etc. O desgaste físico e psicológico também é, então, maior.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda em 2018, segue a desigualdade entre os gêneros nos afazeres domésticos. Apesar de uma crescente no número de homens, acima de 14 anos, que diz ter efetuado alguma atividade do lar de 2016 para cá, sendo, atualmente, 76,4% e 71,9% dois anos atrás, esses dados são inferiores aos das mulheres, que representam 91,7%, taxa que se manteve em estagnação. Também houve estacionamento na diferença de horas desempenhadas a essas funções. Elas seguem trabalhando, apenas no lar, 10 horas a mais que eles.

A escravização da mulher é tão latente que mesmo aquelas que estão inseridas no mercado de trabalho praticam mais atividades domésticas que homens desempregados. Entre aqueles que não possuem emprego, a média semanal de cuidados com o lar é de 12 horas semanais e 10,3 quando empregados. Entre aquelas que não estão empregadas, são destinadas, no geral, 23,2 horas por semana. Tais dados são a clara representação de qual o papel que a mulher deve desempenhar, majoritariamente, pela visão capitalista.

A Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (PNAD) anunciou os dados de sua pesquisa, cujo avalia as seguintes categorias, em percentual, referentes às atividades domésticas:

  1. Preparar alimentos e lavar a louça (mulheres: 95,60%, homens: 59,80%);
  2. Lavar Roupas e Sapatos (mulheres: 90,7%, homens: 56%);
  3. Pequenos Reparos em Casa (mulheres: 34%, homens: 63,1%);
  4. Limpar a casa, quintal ou jardim (mulheres: 80,2%, homens: 68,3%);
  5. Cuidar da organização, pagar as contas, etc. (mulheres: 73,4%, homens: 72%);
  6. Fazer compras (mulheres: 78%, homens: 71,5%);
  7. Cuidar dos animais domésticos (mulheres: 45,7%, homens: 41,30%);

Tais dados revelam o que, apesar de absurdo, é o esperado. Apenas em uma categoria (Pequenos Reparos em Casa) a atuação masculina foi maior que a feminina. Tal disparidade de gênero demonstra, obviamente, a condição de exploração das mulheres no país. A ideia do capitalismo, a respeito, é clara: elas trabalham mais, ganham menos e são, ainda, colocadas em situação de inferioridade. Sua atuação deve ser voltada para cuidado da casa e dos filhos que serão, futuramente, mão de obra que fomentará o sistema.

Em amostra geral, de 2017, que inclui homens e mulheres empregados e desempregados, conjuntamente, elas trabalham 20,9 horas, por semana, nas atividades domésticas. Já eles apenas 10,8 horas. É importante ressaltar que, em 2016, os dados referentes à atuação feminina se manteve estagnado, já da masculina teve queda, uma vez que, dois anos atrás, era de 11%.

Houve aumento na atuação masculina em três categorias (mas que ainda são menores que a feminina). São elas: Cuidar dos Animais Domésticos, Fazer Compras e Cuidar da Organização da Casa, pagando contas, por exemplo. Para que seja enquadrado na lista daqueles que praticam atividades do lar, basta que tenha efetuado pelo menos uma das sete tarefas pesquisadas pelo IBGE.

Não se pode deixar de analisar, também, que com o golpe consolidado em 2016 e que avança de maneira monstruosa, os direitos, que não são muitos, conquistados pelas mulheres até então estão sendo brutalmente retirados. Leis como a da reforma trabalhista e previdenciária, bem como as terceirizações, vão tornar ainda mais deploráveis e desgastantes a situação das mulheres. Ficará mais evidente do que já está, as condições análogas à escravidão. Outros pontos, também importantes, tais como a legalização do aborto, se tornam, com o avanço da direita golpista, cada vez mais distantes de se tornarem concretos. Equidade salarial, então, seria, para elas, quase um sonho distante.

Logo a atuação das mulheres deve ser na luta política. Lutar contra o avanço do golpe, contra as amplas medidas direitistas, pela liberdade do ex-presidente Lula, bem como pelo fim da intervenção militar, é lutar por seus direitos. Sabe-se que a libertação da mulher da condição de escravização social só ocorrerá com a derrubada total do sistema capitalista.

Quanto as suas conquistas, que estão para serem retiradas, é urgente a atuação concreta de todas as mulheres, de todo país, na luta, para que suas vidas não se tornem mais deploráveis do que já estão. Direitos, aliás, que jamais lhes deveriam ser negados, quiçá retirados.

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