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Vacinação para quem?

Doria, o “científico”, engana a população e já não há mais vacina

Após realizar um evento extremamente demagógico, o governo de São Paulo admite não haver mais vacinas para a população.

Em um jogo de cena, João Doria vacinou a primeira brasileira no dia 17, declarando “vitória” na corrida pela vacina no país. A escolhida da vez para servir de fachada para a burguesia, foi uma enfermeira negra, vacinada em um grande evento realizado pelo governo do PSDB. Com muita demagogia, a burguesia impulsionou uma onda de comemorações, por parte da imprensa burguesa e reverberadas pela esquerda pequeno-burguesa.

Uma grande encenação

Contudo, passado os primeiros dias após o “grande anuncio”, é revelado que tudo não passava de uma grande encenação. João Dória, o “científico”, aquele que de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo “planejou, se dedicou obstinadamente à Coronavac”, na realidade enganou toda a população. Junto ao governo de Jair Bolsonaro, que anunciou compra da Coronavac, a burguesia não foi capaz de organizar nenhum plano efetivo de imunização.

De acordo com o próprio Ministério da Saúde, a previsão é que a população brasileira só esteja vacinada no segundo trimestre do ano de 2022. A chamada “fase 1” do processo de vacinação, teria tido início nesta semana com um prazo de duração de cinco semanas. O governo havia divulgado que o plano era vacinar 31,1 milhões de pessoas, porém no momento há apenas 6 milhões de doses da vacina contra o coronavírus. A farsa, é revelada sobretudo quando o “plano” apresentado pela burguesia é colocado em um aspecto geral.

Segundo o governo federal, conforme o “Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19”, apenas 49 milhões de pessoas serão vacinadas no Brasil neste ano de 2020. Ou seja, apenas ¼ da população brasileira, quando na realidade, segundo uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ainda no ano de 2020, o Brasil teria pelo menos 86 milhões de pessoas em grupo de risco. Toda esta situação se concretizará caso realmente o plano seja bem sucedido, o que segundo os dados relativos aos insumos para sua produção, parecem muitos distantes da realidade prometida. O plano de imunização iniciou com apenas seis milhões de vacinas importadas da China, enquanto os outros dois milhões de doses do imunizante de Oxford, produzidos na Índia, tornaram-se uma nova novela do governo nacional.

Vacina para quem?

Os números atuais não servem nem para vacinar os profissionais de saúde, que hoje somam-se em cinco milhões de pessoas no Brasil. Além disso, o Instituto Butantã anunciou ter 4,8 milhões de doses em produção, contudo, ainda aguarda novas remessas do Insumo Farmacêutico Ativo, no momento, sem previsão de chegada. Outro problema importante está no fato de que a vacina “vitoriosa” de Doria não ultrapassa os 50% de eficácia, ao passo de ser uma das mais caras no mercado. Fica claro, que a vacina foi feita as pressas, com o objetivo de alçar Dória e todo um setor da burguesia na luta contra Bolsonaro, visando as eleições de 2022. Em meio a este problema, a sobrevivência da população foi completamente negligenciada, difundindo uma vacina que sequer dar garantias suficientes a proteção do povo contra a contaminação.

Agora, como se não bastasse este problema, não há sequer indícios que a população de fato terá a chance de ser vacinada. Todo este problema é fundamental, e a burguesia utiliza uma necessidade urgente da população para manobrar politicamente.

Em São Paulo, a prefeitura da capital já espera um aumento considerável na próxima semana. Atualmente, a capital tem 65% de ocupação dos leitos de UTI de coronavírus, tendo já dois hospitais com lotação máxima, e outros como o Brasilândia, estão com 74% de sua lotação máxima. Hoje, São Paulo tem seis regiões na fase amarela, dez na fase laranja e Marília na fase vermelha da contaminação, mesmo com toda a subnotificação dos casos.

Vale lembrar que João Dória havia prometido o início da vacinação para o grupo de risco no dia 25 de janeiro. Tal “plano” havia sido mantido até o lançamento do plano de vacinação no dia 17, contudo, agora a burguesia já admite não haver vacina para dar o ponta pé inicial, e a prefeitura de São Paulo declarou inicio da vacinação apenas no dia 23 de março para pessoas com mais de 75 anos de idade.

Mesmo com esta postergação de mais de um mês e meio, a prefeitura deixa claro que tudo não passa de uma “estimativa”, podendo atrasar ainda mais conforme o recebimento das doses da vacina contra o covid-19. Mesmo São Paulo, a maior cidade do país, apenas 203 mil doses da Coronavac foram recebidas para serem distribuídas entre as instituições públicas e privadas de saúde, com a pretensão de vacina apenas 40% do total de trabalhadores da saúde presentes no município.

A mesma “humanidade” e “ciência” presentes na política de João Doria foram vistas nas diversas ocasiões onde o governador propôs cortar os investimentos, mesmo quando a pandemia se desenvolve incessantemente em todos os estados do país.

Onde está a esquerda?

Dessa maneira, comprova-se a total falência política da esquerda pequeno-burguesa brasileira, apoiadora do “Bolsodoria” e que comemora o evento de vacinação como uma grande vitória para os trabalhadores. Coloca-se dessa maneira toda a classe trabalhadora em uma política à reboque de um genocida, que lida com a vacinação como um mero problema econômico.

A esquerda precisa romper com esta política frente amplista, e adotar uma política da classe operária para líder o povo na luta pelo Fora Bolsonaro, Doria e todos os golpistas de menos escalão. É necessário para isso uma real mobilização nas ruas pela classe trabalhadora, e quebra deste imobilismo que cerca as direções pelegas da esquerda pequeno-burguesa.

Dória, não passa de um criminoso, que engana a população. No lugar de Doria, a esquerda necessita apresentar Lula, o candidato de fato dos trabalhadores, e única figura possível capaz de mobilizar a população. Lula é o candidato “natural” da luta contra o golpe e precisa ser visto como tal.

A aliança com a burguesia tem como única finalidade destruir a esquerda, sobretudo o PT e Lula, podendo assim promover um verdadeiro massacre contra a população, como assim já vem fazendo desde o início da pandemia.

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