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Educação

Doria e Covas pregam: alunos não podem fugir da câmaras da morte

Em meio à explosão de casos e mortes por coronavírus, os tucanos querem a volta das aulas, mesmo que isto signifique transformar as escolas em câmaras da morte.

O Tribunal de Justiça suspendeu ontem (28), em caráter liminar, o retorno das aulas presenciais no estado de São Paulo. A decisão vale para escolas públicas e privadas. O governo estadual disse que vai recorrer da medida que tem caráter provisório.

Os governos João Doria e Bruno Covas, ambos do PSDB, programaram a volta às aulas em todo o Estado e na cidade de São Paulo a partir do dia 1º de fevereiro. Os tucanos estão irredutíveis e não pretendem ceder aos clamores desesperados dos professores, funcionários, alunos e pais sobre o perigo que representa o retorno em meio à explosão de infecções pelo COVID-19.

Desde o início da pandemia, há cerca de um ano, o Brasil tem 9 milhões de casos confirmados e 220.435 óbitos, conforme os dados oficiais. O estado de São Paulo responde por 1.073.000 casos e 52.170 mortes. Sabe-se sobre a manipulação das estatísticas por parte das autoridades e a subnotificação dos dados, que acabam por inviabilizar uma noção real da pandemia.

O secretário municipal da Educação de São Paulo, Fernando Padula, afirmou em entrevista que a Secretaria de Educação vai impor a volta às aulas, ainda que o contexto da pandemia seja extremamente grave. As declarações do secretário mostram que não há qualquer concepção científica para embasar o retorno, mas sim a vontade do prefeito Bruno Covas e os interesses dos empresários, banqueiros e capitalistas.

As escolas estão prestes a se tornarem câmaras da morte. Há novas variantes da coronavírus, de mais fácil contaminação e maior letalidade em circulação. Não há indícios de que a pandemia esteja prestes a declinar, pelo contrário, o País bate recordes de mortes e infecções todos os dias. As declarações de Padula evidenciam que os tucanos se parecem muito mais com nazistas e do que com cientistas.

Os falatórios sobre os protocolos de biossegurança, reformas nas escolas para adaptá-las ao novo contexto, distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) aos alunos e professores, investimentos em infraestruturas para manter o distanciamento social, não passam de falsificações para justificar a política genocida. Mesmo em tempos de normalidade, as escolas sofrem com todo tipo de precariedade, nunca há investimento, e ano após ano, a situação se deteriora. Não há razões para acreditar que, na situação de falência e crise generalizada, os governos tenham feito investimentos massivos nas escolas.

Há de se considerar que Fernando Padula se destacou pela sua atuação contra o movimento de ocupação de escolas, deflagrado pelos alunos da rede estadual em 2015 como protesto contra a política de reorganização escolar de Geraldo Alckmin (PSDB). Na ocasião, Padula declarou guerra aos alunos e foi responsável por autorizar que a Polícia Militar atacasse com violência as ocupações, ferindo crianças e adolescentes. Sua nomeação como secretário da educação de São Paulo demonstra que ele é um homem de confiança do PSDB, convocado sempre que necessário para impor medidas impopulares.

Os principais interessados no retorno das aulas são os banqueiros e capitalistas, que precisam que a economia volte a funcionar normalmente. As aulas são responsáveis por movimentar o comércio de materiais escolares, roupas, alimentos, transportes e demais serviços de todos os tipos. Para os capitalistas, trata-se de realizar a manutenção de seus lucros e negócios, sem qualquer preocupação humanitária com as consequências para crianças, professores, adolescentes, servidores públicos, pais e mães de família.

O governo de São Paulo, sob administração de João Doria, costuma falar que não se deve permitir aglomerações e, inclusive, autorizou que a Polícia Militar interpelasse as pessoas que estivessem em grupo. Festas particulares, residências, praias e comércios foram reprimidos pela PM com o pretexto de dispersar as aglomerações. Na semana passada, o governador decretou a fase vermelha do Plano São Paulo em diversas regiões e determinou o fechamento de bares e restaurantes às 20h e proibição de funcionamento nos finais de semana e feriados. O pretexto é o mesmo, o de não permitir aglomerações em virtude da pandemia.

O que chama a atenção é o fato de que o deslocamento diário de milhões de alunos é, por si só, um fator de expansão do coronavírus. As escolas estaduais e municipais contam com superlotação nas salas, principalmente as localizadas em bairros de periferia. Esses dois fatores são muito mais relevantes na proliferação do vírus do que as festas de final de ano, churrascos, praias e etc.

A imprensa burguesa tenta atribuir a explosão dos casos de COVID-19 às festas de final de ano, de forma a responsabilizar a população pela drástica situação do País. A finalidade é esconder a responsabilidade das autoridades, que não tomaram medidas concretas para organizar o povo e enfrentar a pandemia. Em São Paulo, o “científico” João Doria foi um dos primeiros a reabrir a economia, desmontar a pouca estrutura de atendimento à população, garantir que os transportes continuassem superlotados. Nem mesmo um programa social foi implementado para garantir a renda daqueles que perderam seus empregos.

Os políticos “científicos”, “racionais”, “anti-negacionistas” do PSDB são tão nazistas quanto Jair Bolsonaro. Querem que as escolas se transformem em câmaras da morte, como bem sintetiza a frase de Jair Bolsonaro “que morra quem tiver que morrer”.

Contra essa política criminosa, é preciso intensificar a mobilização – mesmo diante da liminar, organizando a greve geral dos professores estaduais, indicada para o próximo dia 8 de fevereiro.

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