O secretário-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, afirmou que a capital paulista está em fase de declínio da pandemia, expresso na redução do número de mortes e internações.
A taxa de internação de leitos de UTI na capital, de acordo com dados informados por Gabbardo, está em 46,4%. Nos últimos três dias, a taxa caiu abaixo de 50%. A avaliação da situação da pandemia é compartilhada pelo secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, que aponta que o município entrou em uma fase de inflexão.
A média diária de óbitos está em 78. No mês de junho, considerado um dos mais críticos, a média diária chegou a se situar em 111.
As avaliações das autoridades estaduais são expressão da política do governador João Doria (PSDB). É muito evidente que o político neoliberal age para desinformar a população e distorcer os dados, de forma a passar a impressão de que a situação está se normalizando e justificar, portanto, a reabertura total das atividades econômicas e a volta às aulas nas redes públicas e privadas de ensino básico. Mais uma farsa do PSDB é desmontada, a de que sua equipe de governo é “técnica” e “científica”. Na realidade, os secretários obedecem às diretrizes políticas de Dória.
Este Diário já denunciou que os políticos tucanos, tanto Dória quanto Bruno Covas, realizaram mudanças na metodologia de contagem dos mortos, de forma a diluir os dados e impedir uma interpretação da realidade por parte do conjunto da população. A pandemia avança por todo o estado de São Paulo e nada é feito para proteger a população e organizá-la para o enfrentamento à doença.
Se em média morrem 78 pessoas por dia, a situação está longe de qualquer normalidade. Além disso, este dado já é em si subestimado, uma vez que já é de conhecimento público que há crônica subnotificação por todo o país.
Doria aplica uma política genocida, que em nada se diferencia da política de Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido). A ideia é “deixar morrer quem tiver que morrer”. Em meio à pandemia que já vitimou mais de 100 mil pessoas e com o estado de São Paulo como um dos epicentros mundiais da doença, Doria atende às pressões da burguesia e dos bancos, preocupados com a falência generalizada das empresas e a queda nos lucros.
Desde o começo da pandemia, a população trabalhadora foi exposta à doença e à morte. Os governos burgueses não implementaram medidas reais para enfrentar a situação, e se preocuparam somente com demagogia na internet e na televisão.