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Dólar sobe e se aproxima dos R$6,00

A especulação financeira leva ainda mais prejuízos à classe trabalhadora, além dos cortes de salários, os preços elevados diminuem a renda do operário.

O preço do dólar no Brasil fechou a R$ 5,63 na segunda-feira dia 28, depois de alcançar a marca de R$ 5,67 antes do fechamento. Só não foi além porque o Banco Central interveio e vendeu 877 milhões de dólares da reserva cambial, para segurar a alta desenfreada. O aumento foi de 1,44% em relação ao dia anterior e o maior desde maio quando chegou a ser cotado em R$ 5,70

Isso acontece ao mesmo tempo em que o dólar teve baixas significativas em relação a maioria das moedas dos países desenvolvidos.

A justificativa apontada pela matéria da revista Isto É para o aumento, foi de que o governo sinalizou na imprensa o não fechamento de acordo para a aprovação da reforma tributária, e de que pretende usar precatórios e verbas do Fundeb, da educação, para financiar o projeto Renda Cidadã.

Os três fatores que interferem no preço do dólar são: o balanço comercial (exportação e importação), turismo e taxa de juros. Como o balanço comercial se apresenta superavitário, exportamos mais que importamos e por isso entra mais dólares do que sai, e o turismo tem sido restrito devido à pandemia, e ainda, as taxas de juros em todo o mundo estão baixas.

O preço do dólar oscila mais em função das expectativas dos investidores, a burguesia imperialista, que investe se o país está com políticas que possam trazer lucros para eles, e deixam de investir se a política for em sentido contrário às suas expectativas.

No caso do Brasil, a política apontada como causa do aumento foram, a hipótese de criação de investimentos sociais, a Renda Cidadã e a dificuldade do governo em fechar acordo para a reforma tributária. Isso indica que o governo está com dificuldades de manter a austeridade fiscal e também está pressionado a fazer algum tipo de concessão a políticas sociais de transferência de renda aos trabalhadores, para evitar a explosão social no país.

Ficou claro que o  imperialismo está descontente com o direcionamento político que está ocorrendo no país. O que leva os investidores, melhor dizendo, os especuladores a retirar seu dinheiro do Brasil e levá-lo a outros países onde a situação é menos prejudicial e poderá trazer mais retorno financeiro. Traduz a falta de confiança no governo.

O resultado prático é que quem exporta produtos terá sua renda aumentada apenas pelo aumento do dólar, enquanto os que importam produtos perderão renda, pagando mais caro os mesmos produtos.

Como cerca de 60% das exportações é feita pelo agronegócio e criadores de gado, as exportações tiveram ganhos de 23 bilhões de dólares no primeiro semestre comparado com as importações. Então os exportadores do agronegócio estão sendo beneficiados pela alta do dólar, ganhando ainda mais dinheiro.

Por outro lado, os importadores pagam mais caro nas compras, transferem para os preços o aumento do dólar, e portanto, do preço dos produtos que nós pagamos ao ir ao supermercado. Aumenta assim a inflação e diminui a renda dos trabalhadores pagando mais caro as compras que fazem, comprando menos coisas.

A inflação faz isso mesmo, diminui o poder de consumo dos trabalhadores, transferindo mais renda para os empresários, que são os que produzem as mercadorias que compramos. E novamente caímos na situação de que os empresários capitalistas ficam cada vez mais ricos e o trabalhador cada vez mais pobre, com crise ou sem crise.

Mas felizmente o sistema dá sinais claros de morte, não demora muito chegará a óbito, por esse motivo é fundamental que a classe trabalhadora esteja preparada para assumir seu destino que é comandar todo o sistema produtivo da sociedade. Só com os trabalhadores no governo, atuando e aprendendo com as novas atribuições, e acabando de vez com toda opressão e falta de condições minimamente dignas de vida. Assim poderão desfrutar da vida em todos os seus aspectos, livremente.

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