O governo Bolsonaro está em guerra contra a população trabalhadora. Categorias do funcionalismo federal, estadual e municipal enfrentam ameaças como a perda da estabilidade, redução do salário e extinção de benefícios (como a aposentadoria, roubada pelos golpistas nas reformas da previdência federal, estadual e municipais). Trabalhadores tiveram redução e extinção de direitos históricos (com a reforma trabalhista, que desmontou a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, datada de 1943). Programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, foram brutalmente atacados e estão sendo destruídos por dentro, afetando os trabalhadores mais pobres. Por fim, o pacote anticrime trouxe o aumento do encarceramento em massa e o endurecimento de penas para colocar os trabalhadores e a população pobre, que cada vez não tem direito nenhum, para apodrecer no inferno que são os presídios no Brasil.
É até difícil contabilizar os ataques, que devem estar na casa dos milhares e atingem toda a população. Em 2019, Bolsonaro assinou 537 Decretos e 48 Medidas Provisórias (MP). Vinte e quatro (24) foram analisadas pelo Congresso, 11 perderam o prazo de validade ou foram rejeitados pelos parlamentares, não se convertendo em leis. Isso mostra o caráter improvisado do governo golpista, que tem basicamente governado por Decreto, uma vez que até mesmo o Congresso golpista tem dificuldade de aprovar medidas tão nocivas à população, não porque discordem do programa do governo, mas sim porque precisam de mais margem para fazer demagogia com seus currais eleitorais.
Bolsonaro é um fascista, cachorro louco da burguesia, “eleito” para destruir as organizações de luta dos trabalhadores e impor a força o programa do imperialismo. Expressa características da burguesia que ela mesma procura ocultar, daí as polêmicas e críticas entre a imprensa burguesa e o governo. No entanto, é preciso ter clareza que a enxurrada de ataques contra o povo brasileiro não irá cessar por si só. Bem como Bolsonaro não irá “cair de maduro”, uma vez que esse é o programa da burguesia imperialista e da sua sucursal no Brasil e Bolsonaro foi o escolhido por elas para implementá-lo.
A crise econômica, expressão da crise terminal do capitalismo, fez a burguesia no mundo todo perder o controle dos regimes democrático burgueses e inaugurar uma fase de golpes de Estado pelo globo. A ideia é simples, através do uso da força fazer os trabalhadores pagarem a conta da crise, submetendo-os a um regime de superexploração do trabalho e extinção dos direitos mais elementares. Tudo para que o povo mantenha o sustento das gordas contas bilionárias dos grandes capitalistas.
Contudo, essa situação de crise, como visto nos aumentos recorde do dólar (dólar turismo chegou a 5 reais), agora agravada pelo coronavírus, inclina a população mundial, que vem se insurgindo cada vez mais contra o regime capitalista, a lutar pela derrubada dos governos que representam para o povo seus inimigos de classe: a burguesia.
Por isso, no Brasil, não se pode esperar a direita fazer mais estragos à economia e contra o povo. A direita quer desenvolver o regime a caminho de uma ditadura fascista, para esmagar qualquer possível reação dos trabalhadores.. O programa do “centrão” (que é a direita tradicional) e da esquerda que quer se aliar a ele na chamada “frente ampla”, é o de colocar Bolsonaro na linha, de minimizar os danos, o que não apenas não resolve o problema, como empurra o país para o programa da extrema direita. Portanto, é a hora de barrar o programa neoliberal da burguesia, o que só pode ser feito com a derrubada dos golpistas, através da organização dos trabalhadores em torno da campanha que unifica todo o povo brasileiro: o Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
