Uma recente pesquisa sobre o desemprego no México aponta para a grave situação das mulheres mexicanas quando se trata de emprego, situação que conseguiu ser agravada pela crise do coronavírus fazendo com que durante a pandemia no México quase dois terços das demissões recaísse sobre as mulheres, um retrato de como as condições de vida das mulheres dentro do capitalismo são catastróficas.
O desemprego, assim como tantos outros problemas de ordem social criados pela burguesia como a pobreza, a fome e a falta de moradia, que afetam toda a classe trabalhadora mundial, tendem a atingir sobretudo e com maior intensidade os setores mais oprimidos da população como é caso das mulheres, principalmente as pobres e trabalhadoras, que por uma série de condições impostas pelos próprios capitalistas, quase sempre se encontram em situações de vulnerabilidade, que vão da violência doméstica ao desemprego.
É importante portanto entender que o problema das demissões durante a pandemia não se trata de algo isolado, inesperado ou excepcional, mas se caracteriza como um mal social inevitável dentro do capitalismo e das políticas neoliberais de retirada dos direitos fundamentais e do sucateamento da classe trabalhadora que principalmente tempos de crise sofrem mais profundamente com os ataques da burguesia que busca sempre retirar todo o possível dos trabalhadores para se manterem.
Neste sentido temos que além das demissões muitas mulheres mexicanas sequer estiveram empregadas formalmente e atualmente apenas cerca de 40% das mulheres do país possuem trabalho, ou seja, mais da metade da população feminina do México está fora do mercado de trabalho ou em empregos informais e precários, enquanto por outro lado as poucas de conseguem um emprego correm o risco constante de serem demitidas.
Isto porque o que se manifesta mais fortemente no México com estes números sobre desemprego é o que acontece com as mulheres trabalhadores em todo o mundo: são continuamente atacadas pelo imperialismo mundial para que permaneçam em situações frágeis, são presas ao lar e à família para ficarem fora do mercado de trabalho capitalista falido que não tem empregos para ninguém e para sobretudo serem mantidas distante das lutas da classe operária.
A burguesia quer com todos estes ataques às mulheres que são metade da população, enfraquecer e atingir a própria classe operária que com as mulheres trabalhadoras presas ao lar e aos filhos e longe das fábricas ou ainda confundidas por reivindicações superficiais como as que são propagadas pela imprensa, são afastadas da luta política real que lhes interessa que é efetivamente a mesma luta política de toda a classe trabalhadora: contra a burguesia inimiga dos trabalhadores e demais setores oprimidos.
É preciso mobilizar e direcionar as mulheres em torno desta luta e por suas verdadeiras reivindicações, as que podem efetivamente significar um avanço às mulheres contra a dominação da burguesia, como as reivindicações por emprego, moradia, direito ao aborto etc.