Neste sábado (07/12), dois indígenas Guajajara foram assassinados em uma emboscada realizada após uma reunião no Estado do Maranhão. As vítimas fatais são dois caciques, Firmino Silvino Guajajara e Raimundo Bernice Guajajara, da aldeia Silvino (TI Cana Brava), atingido por quatro disparos e da aldeia Descendência Severino, Terra Indígena Lagoa Comprida, respectivamente.
Os indígenas sofreram uma emboscada realizada por pistoleiros em uma motocicleta as margens da BR-226 próximo à aldeia El Betel, na Terra Indígena Cana Brava, no município de Jenipapo dos Vieiras, no Maranhão. Outros dois indígenas estão feridos e outros tiveram que fugir para não serem assassinados.
Voltavam de uma reunião com mais de 60 caciques da região na aldeia Coquinho, onde se encontraram com diretores da Eletronorte Energia. Os indígenas dizem que a ação já estava planejada devido ao encontro e estava toda a cúpula das terras indígenas da região, entre eles os guardiões da floresta, grupo de autodefesa formado pelos indígenas.
Os crimes ocorrem na mesma região onde há dois meses atrás o indígena que pertencia ao grupo de autodefesa Guardiões da Floresta sofreu uma emboscada dentro da Terra Indígena Araribóia, organizada pelos latifundiários, e Paulo Paulino Guajajara foi a vítima. Desde 2016 cinco integrantes do grupo de autodefesa Guardiões da Floresta foram assassinados por pistoleiros no Maranhão.
A solução é armar os indígenas
A esquerda e a direita estão tomando medidas que apenas aumentam a perseguição contra os povos indígenas do Maranhão. O governador Flávio Dino anunciou a formação da FTVida (Força-Tarefa de Proteção à Vida Indígena), formada por policiais civis e militares para atuar na região.
Da mesma maneira, o ministro da justiça e ex-juiz da operação Lava-Jato se “solidarizou” com as famílias dos indígenas e anunciou o deslocamento da Polícia Federal e a possibilidade de utilizar a Força Nacional de Segurança na região. Importante lembrar que o golpista Sergio Moro é um dos principais responsáveis pela situação de violência da extrema direita e da subida de Bolsonaro e dos latifundiários ao governo federal.
As suas medidas são sempre de utilizar as forças de repressão do Estado contra a violência no campo, mas essas forças sempre atuaram contra os indígenas e não vai ser diferente. Estão envolvidas em ações de pistolagem e de segurança dos latifundiários. Como essas forças de repressão vão defender os indígenas da violência do latifúndio? É claro que não vão defender.
A única solução de resolução imediata para a proteção dos povos indígenas, de suas famílias e de seu território é o direito de autodefesa e de armamento dessa população contra essa ofensiva.
As outras medidas são demagógicas e vão servir apenas para evitar que os verdadeiros criminosos sejam punidos. É preciso fortalecer e equipar o grupo de autodefesa que já existe, os Guardiões da Floresta, pois só assim os indígenas poderão ter segurança e a garantia de inviolabilidade de seu território.