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CUT e Conlutas

Dois congressos

Duas políticas opostas marcaram os congressos da CUT e da Conlutas. Uma defende a luta contra o golpe no Brasil e na América Latina e a outra reproduz a política do imperialismo.

Encerrou-se nessa quinta-feira (10) o 13º Congresso da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Quase que simultâneo ao da CUT ocorreu, entre os dias 3 e 6, também de outubro, o Congresso da CSP-Conlutas. Segue um primeiro balanço comparativo entre o resultado dos dois Congressos.

O que marcou de essencial esses dois eventos foi à profunda diferença entre as posições das duas centrais no que diz respeito aos aspectos fundamentais da luta de classes, de qual deve ser o plano de lutas e moblização, para fazer frente ao golpe de Estado no Brasil e qual a posição política a ser adotada diante dos acontecimentos de outros países, principalmente à ofensiva imperialista contra a Venezuela.

Enquanto o Congresso da CUT, apesar da pequena participação das bases sindicais, expressou a polarização política que ocorre entre o conjunto dos trabalhadores, justamente por ser uma Central real, o Congresso da CSP Conlutas foi o sentido oposto, expressando a decomposição política das alas centristas, sem uma vinculação real com a luta dos explorados, o que leva, de um ponto de vista objetivo, que se coloquem como correia de transmissão do imperialismo, da sua política de golpes contra os países atrasados, o que inevitavelmente leva à decomposição do arremedo de central, que dizem construir.

1) Governo Bolsonaro

CUT – Fora Bolsonaro e todos os golpistas

“Defendemos, portanto, a luta pela construção da democracia no Brasil. Golpeada em 2016 e manipulada desde então, vivemos sob um Estado de Exceção, no qual aqueles que deveriam zelar pela democracia alternam-se na submissão ao capital, ao imperialismo, aos militares, à mídia oligopolizada ou aos seus próprios interesses corporativos. Essa construção da democracia brasileira exige o desenvolvimento de duas lutas imediatas e articuladas: a luta pelo fim do Governo Bolsonaro, que significa a queda do bloco político que o sustenta, e não só do presidente”.

CSP-Conlutas- “esse momento não é a hora certa” – sobre o Fora Bolsonaro

“Contra Bolsonaro-Mourão, em defesa de um programa mínimo para lutar, devemos seguir propondo e buscando construir a Frente Única e a unidade para lutar com todas as organizações da classe trabalhadora e do movimento popular. Foi isso que fizemos até aqui e seguiremos afirmando que o caminho da luta unitária é o caminho necessário e mais seguro para derrotar esse governo. Seguiremos nos esforçando para que esta unidade para lutar aconteça, mas não nos paralisaremos perante o desmonte de mobilizações ou o

2) Lula

Posição da CUT – Liberdade para Lula, novas eleições, Lula candidato, Assembleia Constituinte

“A luta pela consequente restituição da soberania popular, com novas eleições livres, justas e plenamente democráticas, que só podem acontecer com Lula livre e participando ativamente do processo político. Devem ser seguidas pela convocação de uma Assembleia Constituinte, livre e soberana, encarregada de fazer as mudanças estruturais que fortaleçam a democracia e criem as condições para construção de um novo projeto de desenvolvimento para o país. A prisão política de Lula, que o tirou da disputa presidencial e elegeu uma fraude, é o maior símbolo dessa construção democrática interrompida. Seu encarceramento, através de um processo político e da condenação por um juiz parcial, visa paralisar, amedrontar e desmoralizar a classe trabalhadora. Por isso, a luta pela libertação de Lula e anulação de sua pena possui importância estratégica para a CUT”.

Posição CSP-Conlutas – “Lava-Jato tem seus bandidos de estimação”, Lula é um deles

“As revelações do Intercept não são atestado da inocência de Lula ou dos governos do PT, embora Lula tenha direito a rever seu processo legal e julgamento”.
“A comprovação da seletividade da Operação Lava Jato não implica na adesão, apoio ou participação na Campanha Lula Livre, cujo conteúdo é dar um atestado de inocência a Lula e aos governos do PT, bem como a defesa da impunidade. É ainda uma campanha eleitoral, que visa resgatar um programa de conciliação de classe”.

3) Venezuela

Posição da CUT – defesa da soberania da Venezuela

“Defender a soberania da Venezuela contra a agressão imperialista e o bloqueio econômico – que também foi reforçado contra Cuba – independentemente da opinião que se possa ter sobre a política do governo Maduro, é uma questão chave para todos os que querem uma América Latina livre e soberana, pois a política de Trump para o país vizinho concentra a sua política para todo o continente: recuperar o terreno perdido para que a América Latina volte a ser o “quintal” dos EUA, contando com as elites e burguesias locais que são sócias menores do imperialismo”.

Posição da CSP-Conlutas – Fora Maduro

“A realidade venezuelana é agravada por conta da instalação de uma ditadura contra os trabalhadores por parte do governo de Maduro. Não há mais dúvidas que, além da exploração econômica e crise social por quer passam os venezuelanos, também as suas liberdades democráticas estão suprimidas, ou profundamente ameaçadas. Não há nada de progressivo a defender no governo da Venezuela. É um governo neoliberal e, há alguns anos, ditatorial, que precisa ser derrubado urgentemente!”.

Como se vê, em grande medida, caso dos textos da CSP Conlutas fossem retirados os jargões esquerdistas, passariam muito bem como textos da direita golpista. No caso do governo Bolsonaro, a CSP-Conlutas expressa o que os setores mais direitistas da esquerda defendem: a luta miúda, defensiva contra os ataques do governo de extrema-direita, para quem sabe, um dia, levantar o “Fora Bolsonaro”.

Já o governo venezuelano que trava uma luta de morte contra o imperialismo, é uma ditadura, por isso Maduro deve ser derrubado. Maduro, sim! O governo de extrema-direita do Brasil, não! Pode existir posição mais pró-imperialista do que essa?

Com relação a Lula, os ataques são ainda mais ferozes, se é que isso é possível. Não é que as denúncias do Intercept apenas confirmaram o que já era do amplo conhecimento público, a Lava-Jato foi uma armação do golpe para impor o próprio golpe e fraudar as eleições, sendo que até hoje não se tem provas de uma única das dezenas de denúncias feitas contra o ex-presidente. Para a CSP-Conlutas, Lula é um “bandido de estimação” da operação criminosa. O problema da Lava-Jato para a Central de mentirinha resume-se apenas por conta da sua seletividade. Sequer uma questão elementar para a esquerda de todos os tempos que é a defesa dos direitos democráticos da população, a CSP Conlutas se coloca a favor. Lula é que deve provar sua inocência e não os acusadores é que devem provar os seus crimes. Por isso Lula deve ficar preso até um novo julgamento!

Com o avanço da polarização política do País e, portanto, a tendência à mobilização das amplas massas presentes na situação política, expôs definitivamente a artificialidade da “central” do PSTU. Como o período anterior foi marcado por um profundo refluxo do movimento operário, a CSP-Conlutas sob a aparência de um discurso ultra- esquerdista confundiu parcelas da esquerda mais vacilante com uma suposta combatividade. Bastou a situação política mudar de rumo para que viesse à tona o que realmente é a CSP Conlutas, uma reunião de agrupamentos dissociados da luta de classes, com uma política direitista e pró-imperialista.
Na contramão da política de “casca seca” da CSP Conlutas, A Central Única dos Trabalhadores mostrou porque é verdadeiramente a única central representativa do movimento operário brasileiro. Mesmo com toda uma limitação burocrática produto de anos de adaptação ao regime político burguês, a CUT e esse Congresso que ora se encerra, não deixam margens a dúvidas que a luta de classes, as grandes mobilizações que se avizinham vão passar necessariamente pela maior Central da América Latina.

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