A cada dia, é revelado um aumento vertiginoso no número de casos de covid-19. A situação, porém, não está claramente notificada. Devido à falta de testes, não é sequer possível ter uma aproximação da realidade em que se encontra o país. Em menos de dois meses após a primeira confirmação, Pernambuco já conta com 10 mil casos da doença. Essa situação, portanto, representa um aumento de aproximadamente 3.000% de mortes por Síndrome Respiratória Grave.
Nessa quinta-feira (7), a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco publicou um informe alarmante: já são 10.824 casos confirmados de coronavírus e 845 mortes decorrentes da doença. Esse número é ainda maior, levando-se em conta todo o trâmite burocrático para o registro de óbitos em cartórios e na Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC Nacional), refletindo apenas os números referentes há duas semanas. A insuficiência do número de testagens, por sua vez, impossibilitam um diagnóstico conclusivo e, sobretudo a utilização de uma estratégia eficiente de quarentena. Infere-se dessas situações problemas relacionados a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), levando ao escatológico aumento de 3.000% de óbitos. De acordo com o Ministério da Saúde, no fim de abril, a taxa de proporção de testes para cada mil habitantes era de apenas 0,63 – o que está longe de atender às necessidades da população – dada a agressividade e alta taxa de disseminação da doença. Para mitigar os efeitos, um processo de credenciamento para a contratação de 42 médicos intensivistas, foi aberto. Os profissionais atuarão no Complexo Hospitalar da UPE, com credenciamento válido por 12 meses, podendo ser renovado pelo mesmo período.
Embora haja notoriamente a necessidade de contratação de mais profissionais da saúde, enquanto não houver uma testagem massiva disponível, os casos de subnotificação continuarão crescendo, impossibilitando um combate efetivo, além de colocar os profissionais de saúde em risco. Esse dado é uma prova cabal de que os casos no Brasil são subnotificados. Como não há testes, ninguém sabe se está com coronavírus ou não, aumentando em escala exponencial a disseminação e o número de mortes. É preciso colocar na conta do governo fascista de Jair Bolsonaro a total negligência e má vontade política em lidar com essa situação caótica.
