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Governo Bolsonaro

Do “cientista” Mandetta ao “negacionista” Pazuello nada mudou

Nas gestões dos três ministros da Saúde do governo Jair Bolsonaro, a política genocida baseada na omissão, incompetência, demagogia e políticagem foi a mesma.

Há mais de um ano, a pandemia do coronavírus assola o Brasil. As crises no ministério da Saúde revelam que, desde o início, nunca houve um trabalho de planejamento institucional e organização para enfrentar a doença por parte do governo Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido). Os governos estaduais de direita (PSDB, DEM, PSL, PTB, MDB, Republicanos, Progressistas) e até mesmo os de esquerda (PT e PCdoB) não tiveram desempenho muito diferente. No plano municipal, que conta com maiores dificuldades orçamentárias, menos ainda se fez.

O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) foi o primeiro a lidar com a doença à frente do Ministério da Saúde. O político buscava se travestir de “técnico”, devido ao fato de ser médico. A imprensa capitalista realizava uma propaganda em torno de sua figura, na qual o deputado – entusiasta do impeachment de Dilma Rousseff (PT)- buscava se projetar politicamente. Reconhecidamente a favor da privatização do Sistema Único de Saúde (SUS), Mandetta vestia um colete com o logo do SUS para aparecer na televisão em períodos de grande audiência.

Na administração Mandetta, médico, “técnico”, “civilizado”, “cientista”, “democrata”, nada foi feito para enfrentar o coronavírus. A única política foi o isolamento social parcial, só possível de ser aplicado pela burguesia e setores das classes médias. No quesito fundamental, os investimentos públicos, vigorou a política de não fazer nada, não gastar dinheiro com a população, manter a austeridade fiscal.

Bolsonaro demitiu Mandetta e nomeou o médico oncologista Nelson Teich. A administração do novo ministro durou pouco menos de um mês, de 17 de abril até 15 de maio de 2020. Contudo, mais uma vez, a política foi a de não fazer nada. Na sequência, o 3º ministro nomeado foi o general da ativa do Exército Eduardo Pazuello. Dizia-se que o militar era especialista em logística e reunia as competências necessárias para assumir o comando da política nacional de saúde no momento crítico do país.

Pazuello permaneceu como ministro da Saúde em caráter interino por alguns meses, até ser efetivado por Jair Bolsonaro. Quando assumiu a gestão, o Brasil registrava 15.633 óbitos em decorrência do COVID-19. Dez meses depois, quando deixou o cargo, o saldo era de mais de 280 mil mortes e 11 milhões de infectados.

Militares ou civis, não faz diferença quem está à frente do Ministério da Saúde no governo Bolsonaro. A essência da política genocida é a mesma. No começo da pandemia, não houve desembolso de recursos para enfrentar a pandemia. Um ano depois, a situação é a mesma, com um quadro exponencialmente agravado e sem qualquer controle por parte das autoridades. O Brasil registra cerca de duas mil mortes diárias, com colapso nos sistemas de saúde, falta de insumos, mortes em filas na espera de uma vaga de UTI.

Os dois ministros civis Henrique Mandetta e Nelson Teich não eram considerados negacionistas. Não afirmavam que a pandemia era “uma gripezinha” e nem diziam que não representava um perigo. Suas opiniões não mudaram o caráter da política do governo a qual serviam como funcionários. Já Pazuello assumia mais abertamente as posições de Jair Bolsonaro sobre a crise sanitária.

Jair Bolsonaro é um político demagogo que não se guia por quaisquer princípios políticos. Com o desenvolvimento da crise, ficou claro que o único termômetro do presidente fascista são os votos. Apesar de negar, ele está completamente focado em garantir sua reeleição em 2022. Os militares das Forças Armadas apoiam incondicionalmente o governo, por este garantir cargos (mais de 13 mil), orçamento e privilégios funcionais para as Forças Armadas.

As Forças Armadas só se preocupam com o genocídio quando são associadas diretamente com este. Caso contrário, são indiferentes às suas responsabilidades, como integrantes do governo e da máquina estatal, para com o que está acontecendo.

A politicagem generalizada é o principal motivo para a incompetência do governo na questão da pandemia. Bolsonaro tenta se esquivar das responsabilidades e lançar a culpa nos seus adversários políticos e transparecer como preocupado com a economia. Contudo, nada de efetivo foi feito para amparar a população. A concessão do Auxílio Emergencial nos valores de R$ 600, R$300 e R$ 175,00 nunca foram suficientes para garantir a satisfação das necessidades básicas de uma família, menos ainda no contexto de alta da inflação.

O governo federal jamais cogitou retirar dinheiro dos bancos e grandes capitalistas para investir no combate à doença e amparar a população que sofre com os impactos econômicos e a crise capitalista. No impasse da vacina, o que impede a realização da vacinação em massa é o fato de ter que gastar recursos públicos. Os bancos, que sustentam o governo, manifestam firme oposição ao aumento dos gastos públicos, pois isso ameaça a política do teto de gastos e a austeridade fiscal.

Entre a garantia da vida da população e a austeridade fiscal, Bolsonaro e os demais políticos e partidos golpistas sabem que a prioridade é a última. Não é crime de responsabilidade que as autoridades deixem padecer mais de 2 mil pessoas por dia. Por outro lado, são crimes intoleráveis não manter o congelamento de gastos públicos e o pagamento dos juros da dívida pública.

Conforme afirmou o Chicago Boy Paulo Guedes, atentar contra a austeridade fiscal sim é motivo para impeachment.

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