Segundo projeção do Fundo Monetário Internacional, a dívida bruta brasileira ultrapassará os 100% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional em 2020. Entre os países chamados emergentes será, a dívida brasileira, a segunda maior, atrás apenas de Angola. A instituição financeira imperialista não vê possibilidades de estabilização na relação entre a dívida bruta e o PIB, pelo menos até 2025, onde a dívida consumirá 104,4% do PIB. É uma expressão da crise econômica nacional e global, e da política de rapina dos bancos e especuladores que sugam os recursos todos os públicos.
Em 2019, a dívida bruta brasileira chegou a 89,5%, para 2020 a projeção é que aumente 11,9 pontos percentuais, chegando a 101,4% do PIB, conforme o relatório Monitor Fiscal, publicado no último dia 13. A instituição financeira credita esse aumento aos gastos do Estado com a pandemia.
Do ponto de vista global, as dívidas brutas dos países também aumentaram intensamente neste ano, a dívida bruta global deve corresponder a 98,7% do PIB mundial, um aumento de 15,7% em relação ao ano anterior. Segundo as projeções do FMI, esse aumento se deve também aos gastos com a Covid-19, que segundo cálculos estaria em quase US$ 12 trilhões em todo o mundo.
Além dos dados alarmantes, o Fundo ainda propaga a necessidade de uma disciplina fiscal para que as dívidas globais se estabilizam já a partir de 2021. “As políticas fiscais devem ser adequadas às diferentes fases da pandemia, adaptando-se à evolução das necessidades e garantindo a sustentabilidade da dívida.”, diz o documento, logicamente que a primeira parte é mera demagogia, o importante, o que recomenda o FMI, é a sustentabilidade da dívida, ou seja, que o Estado exerça uma disciplina fiscal para que as dívidas com os bancos e investidores sejam rigorosamente saldadas.
Evidentemente, que se trata do receituário neoliberal, cujo ponto central é o corte de gastos e investimentos públicos; mesmo que leve a uma verdadeira crise social, com o aumento exponencial da fome e miséria, para a qual aliás estamos a caminho a passos largos. Essa situação é a expressão da submissão do país a um pequeno grupo de banqueiros e financistas que sugam mais do que todo o valor produzido por todo o povo brasileiro.
A soma fundamental desta dívida diz respeito a juros escorchantes e a dominação política que os setores mais poderosos da burguesia exercem sobre os representantes políticos e o Estado, que trabalham para atender os interesses privados de um punhado de capitalistas em detrimento de todo povo trabalhador.
Nada de pagamento, as dívidas contraídas pelo Estado nessa circunstancias com os banqueiros, capitalistas e especuladores são clara situação agiotagem e crime contra humanidade, permitindo que os recursos estatais sejam sugados por grupo minúsculo de capitalistas enquanto milhões de pessoas passam fome. Os recursos do Estado são para atender os interesses do povo brasileiro; o desenvolvimento econômico e cultural do país, não para enriquecer ainda mais um punhado de crápulas.