Nesta terça-feira, dia 26, em resposta ao ataque ditatorial que foi a tentativa de sanção imposta pela Controladoria Geral da União (CGU) e, no mesmo dia, revogada pelo Superior Tribunal de Justiça (STF), a Associação dos Pós-graduandos (APG), o Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (Apubh+), o Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior (Sindifes) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) manifestaram, “solidariedade irrestrita” à reitora atacada.
A sanção da CGU saiu da portaria do ministro Wagner Rosário, capitão do exercito, escolhido de Bolsonaro para o ministério, e teve como alvo a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, punindo-a com a suspensão de seu cargo por suposta “irregularidade na execução do projeto do Memorial da Anistia Política”. O projeto, uma obra, foi encomendado pelo próprio ministério à UFMG em 2009, e suas obras, interrompidas em 2016 por falta de repasses financeiros causados pelo Golpe de estado contra a presidente eleita Dilma Rousseff. O fato desta sanção ter sido revogada no mesmo dia evidencia a crise do golpe de estado, e a tentativa da burguesia de controle destes elementos da extrema-direita que ela mesmo colocou no poder. Mesmo assim, é parte de um conjunto de ataques que, desde o golpe, vem sendo direcionados as universidades publicas brasileiras.
Além destas entidades que concederam apoio “incondicional”, mais recentemente, a Organização dos Aposentados e Pensionistas(OAP), as congregações da Escola de Belas Artes (EBA) e Instituto de Ciências Exatas (ICEx), assim como a Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Universidades das Américas (Contua), manifestaram solidariedade à reitora Sandra Regina Goulart Almeida por conta da sanção imposta pela CGU, em 21 de janeiro, e revogada no mesmo dia pelo STF. A Contua, em especifico, representa uma organização sindical do setor técnico-administrativo de particular importância, sendo que esta presente em universidades de 18 países.
Foi emitida uma nota conjunta assinada pelas quatro entidades representativas das categorias estudantis, professores e funcionários da universidade que qualificou a medida da CGU como uma “perseguição à UFMG, na pessoa da professora Sandra, e mais um ataque ao Estado Democrático de Direito e às liberdades”. A nota ainda ressalta, sobre a lembrança do inquérito policial de 2017, similarmente fascista, que “Após o golpe que entregou o país ao atraso, a UFMG sofre perseguições de autoridades que se colocam a serviço do espetáculo e do regressismo. Em dezembro daquele ano, houve a espetaculosa condução coercitiva com o objetivo de investigar supostas irregularidades cometidas por dirigentes e ex-dirigentes da UFMG, realizada pela Polícia Federal, que mobilizou seu efetivo para prender professores. Um verdadeiro escárnio midiático. O Memorial da Anistia foi objeto de investigação em diversas ocasiões, e, em todas as vezes, os acusados tiveram sua inocência comprovada”.