Nesta última segunda-feira, 26 de novembro, um golpe militar se impôs na Ucrânia. O presidente golpista ucraniano, Petro Poroschenko, decretou lei marcial no país, no dia 25, com isso são abolidos os direitos civis dos cidadãos e todas as leis do país ficam subordinadas à lei militar. Sob a lei marcial, o governo pode censurar a imprensa, a liberdade de movimento e reunião dos cidadãos, pode colocar na ilegalidade partidos políticos e organizações, além de impedir a entrada e saída do país por parte de seus cidadãos.
O golpe militar na Ucrânia é uma decorrência do processo golpista iniciado em 2014, com a derrubada do presidente, Viktor Yanukovich, que tinha uma posição pró-Rússia. O golpe, assim como ocorreu no Brasil em 2016, foi impulsionado pelo imperialismo, em especial pelo imperialismo norte-americano, o qual tem interesses estratégicos na região, no que diz respeito ao estabelecimento de uma politica de cerco militar a Rússia.
Após o golpe, os grupos fascistas, que eram o elemento central nas manifestações de rua contra Yanukovich, foram ganhando cada vez mais espaço no governo ucraniano, a tal ponto que hoje eles controlam totalmente o regime politico. A chegada dos fascistas no poder levou a uma implacável perseguição a esquerda no país, as organizações de esquerda foram colocadas na ilegalidade, sindicalistas, ativistas e opositores do regime foram presos e assassinados. Um episódio que marcou o avanço do golpe na Ucrânia foi o incêndio na Casa dos Sindicatos de Odessa, provocado pelos grupos fascistas.
A evolução do golpe de 2014 para um golpe militar no final de 2018, faz parte do avanço da crise politica na região, ou seja, da politica ofensiva do imperialismo contra a Rússia, o que pode levar a um conflito bélico de grande proporções. O golpe militar na Ucrânia guarda semelhanças com o processo golpista brasileiro. Assim como na Ucrânia, o golpe no Brasil foi financiado abertamente pelo imperialismo. Após a derrubada de Dilma, os militares passaram a tomar cada vez mais o comando do regime politico. Após a prisão de Lula, e uma eleição totalmente fraudulenta, a extrema-direita chega ao poder, tendo como sua base principal os militares.
Eduardo Bolsonaro, filho da presidente golpista Jair Bolsonaro, já declarou que pretende prender 100 mil sem-terras, assim como fez diversos elogios aos fascistas ucranianos, com sua politica de repressão a esquerda. Nesse sentido, pode-se afirmar que o Eduardo Bolsonaro e a extrema-direita brasileira defendem um regime politico abertamente ditatorial, tal qual o regime ucraniano, o qual estabeleça uma política de perseguição e eliminação da esquerda.
É preciso reagir imediatamente a essa ofensiva da extrema-direita golpista, o que só pode ser feito por meio da mobilização popular. É necessário organizar e ampliar a luta por meio dos comitês contra o golpe. Levantar, desde já, a palavra de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas!