Na véspera de Natal, como mais um presente destrutivo ao povo brasileiro, o governo golpista de Jair Bolsonaro editou uma medida provisória que busca alterar as regras envolvendo os processos eleitorais que ocorrem nas universidades federais, institutos e o colégio Pedro II.
A medida entrará em votação no congresso, tendo prazo de validade de 120 dias, tempo total em que a medida tem para poder ser aprovada. As alterações feitas pelo governo Bolsonaro estão ligadas principalmente ao fim das pesquisas paritárias, comumente realizadas por muitas universidades que as utilizam como base para a escolha da lista tríplice, lista essa enviada ao governo para a escolha do novo reitor.
Os golpistas tentam agora fazer com que apenas a votação com peso de 70% dos professores, e 15% de servidores técnicos administrativos e alunos, seja a única válida para a escolha da lista. A interferência feita por Bolsonaro tem um único objetivo, controlar ainda mais as universidades e o movimento estudantil.
Com a aprovação desta medida, a liberdade democrática e institucional que cada campus tinha como autonomia será completa violada, antes era possível fazer uma votação prévia, com toda comunidade acadêmica, onde o voto da maioria prevalecia na escolha final.
Agora, o controle governamental passa a crescer consideravelmente. Bolsonaro não apenas impedirá que a maioria, os estudantes, tenham voz ativa como também, por meio de uma eleição altamente filtrada, poderá assim escolher o representante que lhe cabe. Caso nenhum lhe interesse, temos exemplos no passado deste governo onde a implantação de interventores nas universidades é uma realidade bem comum.
Os ataques ao ensino brasileiro vem de todos os lados no governo bolsonarista, mesmo as escolhas para reitor tendem a demorar meses ou até mais de um ano nas mãos do governo devido ao que o mesmo classifica como “problemas políticos com os candidatos”, demonstrando total interferência na comunidade acadêmica.
Além disso passa a ser alterado o sistema de vices, que agora não poderão mais concorrer na chapa do reitor, e dirigentes das unidades. Estes últimos, antes escolhidos por votação em cada instituição, agora serão escolhidos diretamente pelos reitores, definindo quem irá dirigir cada instituição.
As mudanças também atingem com força os institutos federais, que passarão a necessitar enviar também uma lista tríplice ao governo, e não mais apenas um candidato para ser aprovado. Tal alteração será responsável por permitir um maior controle de Bolsonaro, escancarando a ditadura que se forma em todas as instituições.
O movimento estudantil, representante da grande maioria dos usuários da comunidade acadêmica será o mais prejudicado, junto a todos os estudantes. A ditadura formada por Jair Bolsonaro, impulsionada pela aparição dos grupos fascistas em grande escala, mostra-se um reflexo do que o ano de 2020 pode trazer para o povo brasileiro caso o governo não seja derrubado.