Embora como indivíduos o presidente Jair Bolsonaro e vários integrantes do seu governo possam ser caracterizados como fascistas, ainda não estão dadas as condições para que possamos rotular o regime político como uma ditadura fascista. No entanto, são muitas as arbitrariedades cometidas. O atual ministro da Justiça, Sérgio Moro avançou mais um sinal nessa direção quando editou uma portaria que permitiria a deportação do jornalista que comprovou a farsa da Lava Jato, Gleen Greenwald, do The Intercept.
Talvez por uma coincidência ou ironia do destino, a portaria editada por Moro é a de número 666. A portaria estabelece que “estrangeiros podem ser sumariamente deportados ou expulsos do Brasil ‘que tenham praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal”. Nas palavras do próprio Gleen em sua conta no Twitter, “Isso é terrorismo”.
A portaria é um absurdo completo, principalmente porque coloca um critério totalmente subjetivo para determinar se alguém deve ser extraditado ou não. Embora tudo indique que a portaria tenha sido feita sob medida para Gleen, ela abre um precedente perigosíssimo e permite que qualquer um que entre em conflito com o governo Bolsonaro seja deportado sem maiores explicações. Afinal, quem vai determinar se alguém feriu os princípios constitucionais do Brasil?
De fato ainda não podemos dizer se o governo Bolsonaro é uma ditadura aberta ou não, mas a cada dia que passa nos aproximamos mais disso.
A esquerda brasileira e aqueles que defendem os direitos democráticos devem denunciar duramente este ataque de Moro e do governo Bolsonaro e a ditadura que está se construindo debaixo dos narizes de todo o povo brasileiro.