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Ditadura, inimiga da cultura: documentos revelam a censura a obras de Adoniran Barbosa

João Rubinato (1910 – 1982), conhecido como Adoniran Barbosa, é um dos pais do samba paulista. Sua música, orgânica e coloquial, retrata com exatidão os pensamentos, angústias, aspirações, paixões e “causos” dos moradores das periferias dos grandes centros urbanos da segunda metade do século XX.

Desta forma, grande parte das composições do sambista natural de Valinhos-SP, foi concebida no período da ditadura militar (1964-1985). Suas canções, em regra, não tem teor político explícito como as obras de compositores exilados pelo regime de terror então vigente. Ainda assim, o sambista foi vítima da censura intelectual dos órgãos de repressão.

Ofícios divulgados pelo site Documento Revelados indicam um destes processos de cerceamento do direito à expressão, banalizados após a imposição do AI 5, em 1968. A produtora fonográfica Indústrias Elétricas e Musicais Fábrica Odeon S.A. submeteu à análise dos censores algumas músicas de Adoniran – ou escritos com sua parceria – que foram censuradas em decorrência de seu conteúdo. Casamento de Moacir, Despejo na Favela, Já fui uma Brasa, Tiro ao Álvaro e Um Samba no Bixiga foram todas vetadas na censura prévia. Como de costume à época, o censor indicou no “parecer” que algumas das canções poderiam ser aceitas, caso o interessado aceitasse realizar as modificações necessárias. Em outras, a resposta é taxativa: “o péssimo gosto impede a liberação da letra…”.

As canções consideradas ruins pelos “sábios” do Departamento da Polícia Federal hoje são tidas como relatos fidedignos de uma época. Por sua vez, aqueles censores habitam o imaginário popular como trogloditas obscurantistas, cuja função, em último caso, não gerou efeito real na produção cultural brasileira, já que as melhores obras artísticas do período foram consideradas inadequadas pelos parvalhões.

Apesar das duras lições proporcionadas pela ditadura militar de 64 (esse sistema entreguista ultraviolento), vastos setores da sociedade, inclusive representantes da esquerda pequeno-burguesa, tentam requentar formas modernas de controle da opinião alheia. A campanha contra as Fake News, levada adiante pelos maiores mentirosos da imprensa monopolizada, e a tentativa de calar o fascismo das redes sociais através de legislações coercitivas, constituem os melhores exemplos da reedição desta prática.

Assim, é preciso fazer recuar o golpe de Estado – que facilmente pode se converter em uma ditadura militar aberta – sem perder de vista o fato de que as próprias “democracias burguesas”, não raras vezes, transformam a vida de seus cidadãos em verdadeiras clausuras ideológicas. Tudo isso, é claro, em nome da manutenção da ordem pública e contra “o péssimo gosto” atribuída à cultura popular pelas obtusas elites.

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