Na terceira edição da União Underground Fest, no último fim de semana, na periferia de Brasília, a Banda Escombro estava no início de sua apresentação quando dois policiais militares interromperam o show se sentindo insultados pela música “S.O.P. – Sistema Operacional Padrão,” que faz críticas abertas à instituição policial.
O vocalista se desculpou aos dois, informando que a crítica da música não era pessoal mas à corporação, e o evento pareceu continuar normalmente. Entretanto, mais tarde, seis viaturas chegaram para interromper a apresentação e levar o vocalista à delegacia. Conforme o vocalista informa, no DP foi agredido e deixado nu, permanecendo preso por mais de quatro horas, até assinar um termo circunstanciado. Ele responderá por desacato e incitação à violência.
Esta é a realidade da Polícia Militar, uma instituição autoritária e autorizada a censurar a liberdade de expressão dos artistas, amparado pela lei draconiana de “desacato à autoridade”. Através desta famigerada lei, agentes do Estado fortemente armados e amparados por prerrogativas de função podem investir com seu poderio repressivo caso se sintam ofendidos ou mesmo sejam criticados justamente.
Esta lei serve também a juízes e demais representantes do Poder Público, que na teoria deveriam servir e representar os interesses populares, mas na prática se relacionam com a população como senhores se relacionam com seus escravos.
Se não podemos nos manifestar contrários às autoridades que nos maltratam, já vivemos uma ditadura. Pelo fim das polícias já! Pela constituição de comitês de autodefesa e segurança geridos pelos próprios trabalhadores e organizações populares.