O golpe de Estado que derrubou Evo Morales, que segue em uma profunda crise devido à reação popular, demonstra mais uma vez que a direita golpista planeja instaurar uma duríssima ditadura contra a população. A mais recente demonstração deste fato é a pressão feita pelo governo de Jeanine Áñez, que obrigou os filhos de Evo a saírem da Bolívia em direção à Argentina.
As informações foram apresentadas em uma matéria do sítio Revista Fórum. De acordo com a matéria, os dois filhos de Evo, Evaniz Morales Alvarado e Álvaro Morales Peredo conseguiram um asilo político na Argentina, após sofrerem pressão da ditadura militar que tenta se impor na Bolívia. Cinicamente, o ministro Arturo Morillo declarou em seu Twitter que “os filhos não respondem pelos crimes de seus pais”, e ainda que, por instrução da própria Áñez, foi dada toda a “segurança” para que ambos deixassem o país.
Logicamente que os filhos de Evo não saíram da Bolívia por vontade própria, mas devido à pressão exercida pela própria direita. Afinal, esta mesma direita fez com que o vacilante Evo fosse o primeiro a “abandonar o navio”, atitude que, embora deva ser criticada, mostra como atua a extrema-direita boliviana: queimaram casas de parlamentares do MAS, o partido de Evo, ameaçaram e literalmente agrediram e mataram uma quantidade enorme de pessoas, tendo em vista que os números oficiais apresentados certamente são apenas a “ponta do iceberg” da repressão da ditadura na Bolívia.
É preciso não só denunciar a ditadura de Jeanine Áñez e da extrema-direita boliviana, mas apoiar a luta do povo nas ruas, que tem lutado heroicamente, e infelizmente, desarmado, contra o golpe de Estado na Bolívia. A luta contra o golpe na Bolívia é a mesma luta contra o golpe no Brasil e em todo continente latino-americano.